'Sou uma voz pela diversidade e desejo ir além da arte pela causa', diz Bruno Gadiol
Em entrevista exclusiva, artista fala sobre trajetória e novidades na carreira e no relacionamento: 'Não sou uma coisa só'
Bruno Gadiol, artista de 26 anos, contou com exclusividade ao Terra sobre seus próximos projetos musicais. Além disso, artista pretende colaborar mais na causa da população LGBT+.
Em uma fase da carreira mais focada na área musical, o artista Bruno Gadiol, de 26 anos, falou com exclusividade ao Terra sobre seus próximos projetos. Após o single Suggar Daddy, que deu o que falar nas redes sociais, ele lançou uma música com Valesca Popozuda inspirada em sua vida amorosa: 18 dias / 13cm.
"Como não sou uma coisa só, estou me aventurando no estúdio e fazendo várias músicas que tive vontade de fazer", disse Gadiol. Segundo ele, Suggar Daddy e 18 dias / 13cm são as duas primeiras faixas do seu futuro álbum, que será separado em três partes distintas, revelando sua multiplicidade artística.
Após trocas de alianças de compromisso em um show do Jão, Gadiol diz que vai dar mais um passo no relacionamento. O seu namorado, o dentista Rômulo Marcado, de 31 anos, se mudou para São Paulo com o objetivo de morar junto com o amado em um futuro próximo.
Além de sua arte, Gadiol ainda acredita que pode fazer mais pela população LGBT+, sobretudo na promoção da saúde mental e na busca de autenticidade pelos membros da comunidade. "Então, da minha forma sim, me considero uma voz pela diversidade, mas é possível ser essa voz de outras maneiras também."
Após encantar os fãs com seu trabalho de atuação em Malhação: Viva a Diferença, de 2017, e, também, em As Five, o artista volta às telinhas em Volta aos 15, que tem estreia prevista para o segundo semestre deste ano.
Leia a íntegra da entrevista:
Terra: Quais seus projetos atuais?
Gadiol: Neste momento, estou na primeira parte do que entendo ser o meu próximo álbum. Trata-se de um Bruno mais ousado. Como não sou uma coisa só, estou me aventurando no estúdio e fazendo várias músicas que tive vontade de fazer. Escolhi começar com Suggar Daddy, e essa nova [18 dias / 13cm] vai ser na mesma onda. Ainda terão mais duas músicas nesta fase. A minha ideia é dividir o álbum em três, esta será a parte, a dois e a três serão musicalmente diferentes. Depois, compilarei tudo, e será criado um único álbum.
Já no audiovisual, no segundo semestre deste ano, estreia Volta aos 15, e vou fazer, pela primeira vez, um personagem vilão, que é um cara bem folgado.
Terra: Atualmente, você está fazendo bastante parcerias? Dividir palcos, e somar talentos faz parte do seu ser artista?
Gadiol: O feat é uma possibilidade legal de fazer algo diferente com outro artista. Ou, também, às vezes, você produz algo e pensa: 'isso é a cara de fulano, vou ver se rola de a gente fazer junto'. Acho uma delícia, e uma oportunidade de nos apresentarmos um ao público do outro. A música POP deveria ter mais isso, no sertanejo tem mais.
Terra: O que os fãs podem esperar destes seus shows?
Gadiol: Bom, a gente está montando um show que traz todos os 'Brunos' que os fãs já viram até hoje. Então, desde o álbum Jovem a essa nova fase que estou vivendo. Aqui em São Paulo, vai ser uma apresentação diferenciada das outras duas, porque será numa casa de jazz. Dessa forma, vão ter umas músicas para soltar a voz mesmo, sabe? Quero um 'showzaço', para cantar para caramba. E terá umas participações, como: Diego Martins; e convidei a Grag Queen, quero ver se ela vai ter agenda. Estou convidando só gente talentosa para somar neste dia. Vai ser um show intimista, que as pessoas vão assistir sentadas em mesas. Estou empolgado demais.
Nos outros shows, vão ser mais parecidos com o que eu fiz anteriormente. Digo no sentido de energia, será mais POP e dançante. E esta será a primeira vez que eu vou fazer um show com bailarinos, sempre quis fazer.
Terra: Nas suas músicas, você fala muito do público LGBT. Você se considera uma voz pela diversidade?
Gadiol: Eu acho que todas as pessoas LGBTs, de uma certa forma, lutam por esta causa. É uma luta da vida. Eu, na minha concepção, já estou lutando por falar do bullying que sofri, e, infelizmente, essa é uma história que se repete muito. Falar, por exemplo, abertamente sobre minha sexualidade é representar muitas pessoas, é mostrar que é possível para muitos. Só de a gente existir e fazer parte dessa história já somo uma voz. Então, da minha forma sim, me considero uma voz, mas é possível ser essa voz de outras maneiras também. Tenho vontade, inclusive, de ajudar mais essa causa, seja na area de saúde mental, seja quanto à autenticidade, de criar espaços para as pessoas serem quem elas são.
Terra: E o namoro como está?
Gadiol: Estamos dando um passo na relação. Ele é de Londrina, no Paraná, e está vindo morar em São Paulo. No momento, ele está de férias e se organizando para começar a trabalhar como dentista em algumas clínicas daqui. Ele quer vir para cá para a gente passar mais tempo junto, e, depois, a gente dar mais um próximo passo, que é morar juntos.
Terra: O que está fazendo para encarar a rotina de shows. Há algum esporte ou exercício específico?
Gadiol: No momento, o grande desafio é a dança em si, já que vou me arriscar a dançar nos shows. Eu sempre gostei de fazer atividade física, e isso já está inserido na minha rotina. Acho que o novo mesmo é cantar e dançar ao mesmo tempo. Os ensaios não vão começar, então nem sei o que dizer sobre. Até o momento, minha experiência com dança é o que aprendi para os clipes e tem funcionado. Como é para o show, a gente vai ter o pessoal junto dançando, isso traz uma tranquilidade de simplesmente deixar fluir.
Terra: Quem são as suas inspirações na carreira?
Gadiol: O Bruninho lá de trás amava a Demi Lovato. Quando tinha 12 anos, eu não tinha consciência que eu sabia cantar e pensava que não tinha talento para isso, mas amava tanto as músicas dela. Acho que boa parte do que aprendi a fazer com a minha voz, foi ouvindo e cantando as músicas dela. Depois surgiu Ariana Grande na minha vida, ela, até hoje, é uma inspiração musical, apesar de nunca ter composto uma música pensando nas canções da Ariana. Porém a forma como eu canto, de colocar uns falsetes, tem muito da Ariana.
Aqui no Brasil, tem pessoas que me inspiram com os resultados que elas têm. Assim como a Ariana, não é tipo: 'Ah, eu me inspiro na musica dessa pessoa..', mas eu acho que o que os brasileiros produzem é poderoso. Sabe quando alguém te mostra que algo é possível? Essa pessoa é Anitta, sem dúvidas.
A Luiza Sonsa é outro exemplo claro, porque, em certo momento, ela sofreu tanto, que achei que fosse desistir. Porém ela deu a volta por cima e é uma das maiores hoje. O Jão que mostra que é possível para um artista brasileiro lotar estádios em seu próprio País. Então, eu olho para eles e me sinto inspirado.