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PF diz ter achado material 'aparentemente humano' em rio da Amazônia

As equipes de buscas encontraram o material orgânico nesta sexta-feira (10)

10 jun 2022 - 18h38
(atualizado às 19h35)
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Manifestação que ocorreu nesta terça-feira, 7,em frente à sede da Funai, em Brasí­lia, pelo desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips durante viagem de barco na Amazônia, no domingo, 5
Manifestação que ocorreu nesta terça-feira, 7,em frente à sede da Funai, em Brasí­lia, pelo desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips durante viagem de barco na Amazônia, no domingo, 5
Foto: Wilton Junior/Estadão

Equipes de busca encontraram material orgânico "aparentemente humano" em um rio onde o jornalista britânico Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira desapareceram, na região do Vale do Javari, no Amazonas. 

O material foi encontrado nesta sexta-feira (10), após buscas realizadas pela Polícia Federal (PF), e foi encaminhado ao Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, o mesmo que fará a perícia das  amostras de sangue encontradas no barco de Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como "Pelado". O pescador é apontado como principal suspeito de envolvimento no desaparecimento de Phillips e Pereira e já teve a sua prisão temporária decretada.  As buscas foram realizadas no Rio Itaquaí, próximo ao porto de Atalaia do Norte, no Amazonas. 

A PF também coletou de materiais genéticos de referência do jornalista britânico Dom Phillips na cidade de Salvador  e do indigenista Bruno Pereira na cidade de Recife "Os materiais coletados serão utilizados na análise comparativa com o sangue encontrado na embarcação", informou em nota. 

Desaparecimento

Phillips e Pereira estão desaparecidas desde o último domingo (5). Eles foram vistos pela última no Rio Itaquaí,após uma visita á Terra Indígena do Vale do Javari, região que sofre com invasões de caçadores, pescadores, madeireiros e fações criminosas. 

Pereira é um servidor experiente da Fundação Nacional do Índio (Funai). Ele atua há mais de 11 anos como indigenista no Vale do Javari e é considerado a maior autoridade no País no trabalho em campo especializado em índios isolados.

Segundo a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA), o indigenista passou a ser perseguido politicamente dentro da Funai, após atuar numa operação que em 2019 destruiu mais de 60 balsas de garimpo ilegal na  terra indígena. Na sequência, ele foi exonerado do cargo de Coordenador-Geral de Índios Isolados e de Recente Contato.

Phillips é um jornalista experiente. Freelancer e colaborador do 'The Guardian', ele acompanhava Bruno colhendo relatos sobre a organização e modos de vida da população indígena da Terra Indigena Vale do Javari. Dom Phillips também vive no Brasil há cerca de 15 anos. 

Omissão

Organização das Nações Unidas (ONU) criticou a lentidão do governo brasileiro em intensificar as buscas pelos desaparecidos. "A resposta foi extremamente lenta, infelizmente, e achamos bom que agora, após decisões judiciais, que as autoridades tenham empregado mais meios para as buscas", afirmou a porta-voz da agência, Ravina Shamdasan.

Mesmo após 5 dias de desaparecimento, o governo federal não deslocou de outros Estados soldados da Força Nacional de Segurança para atuar nas buscas por Dom Phillips e Bruno Pereira. Segundo o Estadão, os soldados da Força Nacional que atuam nas buscas já estavam na região. 

O presidente Jair Bolsonaro foi criticado após classificar o trabalho de Phillips e Bruno como uma aventura não recomendada

Fonte: Redação Terra
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