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Pode ou não pode: Fayda Belo virou meme ao tirar dúvidas jurídicas de seguidores na web

Advogada criminalista ensina o Código Penal Brasileiro, de forma leve e descontraída, a mais de um milhão de seguidores

23 ago 2022 - 05h00
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Fayda Belo, advogada criminalista, faz sucesso no TikTok
Fayda Belo, advogada criminalista, faz sucesso no TikTok
Foto: Divulgação

Você certamente já viu nas redes sociais o meme "Pode ou não pode?", associado à imagem da advogada Fayda Belo, de 40 anos. Especializada em Direito Criminal, a advogada bomba nas redes sociais com seus vídeos explicativos – em tom descontraído, mas sobre assuntos bem sérios –, relacionados ao que pode ser considerado crime ou não, conforme o que diz a legislação brasileira.

Fayda é tão enfática que seu "pode", ou, o mais usado, "não pode" se tornou um bordão e caiu nas graças dos memes nas redes sociais. Furar bolhas com conteúdo jurídico e alcançar públicos jovens que jamais imaginou?

Não se engane: não é um personagem. Em entrevista exclusiva ao Terra, Fayda esbanja o carisma e a espontaneidade que conquistou as redes sociais.

"O público quer um conteúdo autêntico, porque ninguém consegue manter uma máscara por muito tempo", garante a advogada e influencer. 

Filha de mãe solo criada de um bairro humilde de Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo, Fayda precisou estudar muito para chegar onde está. A capixaba frequentou escolas públicas durante toda a sua vida e lembra que só conseguiu cursar a faculdade de Direito graças à bolsa estudantil.

Sua trajetória é um reflexo disso: nada foi sorte, foi tudo planejado.

"Não achei que ia chegar aqui com a idade que estou, mas plantei tudo o que estou colhendo. As redes sociais encurtaram o prazo e me deram o sonho mais rápido", reflete.

Advogada influencer

Fayda Belo é referência em Direito Criminal ligado às causas de grupos sociais minoritários. Ela atua em causas de injúria racial e racismo, violência doméstica e feminicídios, principalmente. Mas, diferentemente, das especializações que acumula, o sucesso na internet não foi nada planejado.

A advogada conta que usava as redes sociais como qualquer outro usuário que não produz conteúdo. "Entrava às vezes para ver algumas coisas, mas não tinha tempo para criar nada", relembra.

Tudo mudou quando a pandemia de Covid-19 chegou ao Brasil. "Os fóruns foram os primeiros a fechar as portas, então comecei a ter mais tempo de consumir online", acrescenta.

Até que, em uma rolagem do feed, Fayda viu um vídeo que chamou sua atenção.

"Estava vendo que alguém colocou uma informação extremamente incorreta e aí, no impulso, abri a câmera e falei: 'Epa, pode não'", relembra.

Nascia, ali, o bordão pelo qual a advogada é conhecida nas redes sociais. Em um dia, foram mais de um milhão de visualizações e seu perfil no TikTok, que era seguido por cinco pessoas, passou a ter 50 mil seguidores.

Passado o susto de ser bombardeada de comentários pedindo mais vídeos como aquele, Fayda refletiu sobre a criação de conteúdo. "Pensei: 'Gente, será que as pessoas querem aprender o direito delas?'", lembra.

A resposta, aparentemente, é "sim". Os usuários querem e gostam do jeito descontraído e enérgico da advogada, que usa uma linguagem simples para comunicar assuntos jurídicos, que muitas vezes são cheios de palavras rebuscadas e de difícil compreensão para quem não é da área.

"Uso linguagem simples, como falo com minhas amigas, para que dê para alguém com diploma entender, mas também alguém iletrado compreender de igual maneira", afirma Fayda Belo.

Os assuntos são escolhidos ao acaso, conforme a vontade de Fayda.

"Não vou de acordo com a onda, que fique isso aqui na ata. Primeiro, vejo onde minha voz pode ajudar no fato e como aquilo pode ensinar algo a alguém", explica.

Sem haters 

Tanto sucesso poderia trazer malefícios, mas a advogada Fayda Belo garante que tem um público respeitoso. Se tem haters, ela não sabe.

"Eles ficam bem isolados. Claro que uma hora ou outra tem quem não concorde com o que eu falo, mas me orgulho em dizer que não tenho hater", garante.

A advogada justifica, ainda, que mesmo esses usuários que discordam dela entendem que não é uma opinião pessoal sendo expressada. "A Fayda fala o que a lei diz. Não briga comigo, briga com quem vai editar a lei", diz, rindo.

A popularidade ultrapassa a barreira virtual, já que é bem-quista também entre os colegas de profissão. Fayda conta que virou case de sucesso, algo do que se orgulha.

"Quando vou em eventos, me acho uma artista, porque todo mundo me abraça e pede fotos", conta. "Claro que a gente sabe que tem quem fique reticente por eu não usar os termos rebuscados que entendem que é o certo, mas a grande massa entende que estou ali fazendo um trabalho justo, humano e que realmente atende ao próximo", diz Fayda Belo sobre colegas juristas.

Referência em causas raciais e de gênero

Hoje, com 1 milhão de seguidores e mais de 17 milhões de curtidas no TikTok, a advogada diz que a procura de clientes para atuar em casos ligados às causas raciais e de gênero também cresceu. "Se pensam em racismo ou injúria, lembram de mim. Sempre fui uma mulher muito afeta à defesa, ainda enquanto indivíduo, de grupos minorizados", diz.

O sucesso lhe permitiu expandir sua área de atuação para todo o Brasil e também aumentou as buscas por suas palestras. Além disso, ela dá aulas mensais como professora convidada em um curso de pós-graduação em Direito Criminal. "Pena que o dia tem só 24 horas", diz, rindo. 

Mesmo assim, ela não para. Seus planos para o futuro incluem a mudança do escritório físico para uma capital e, um dia, quer rodar o mundo dando palestras sobre a área que atua. Fayda segue além: quer ter um quadro em um programa de televisão dizendo o que pode e o que não pode, segundo a Constituição Federal. "Acho que vai dar super certo", afirma.

Fonte: Redação Terra
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