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Polícia Civil investiga insultos racistas e ameaça de morte à deputada Talíria Petrone

Parlamentar diz que caso é um ataque à democracia

31 jul 2024 - 11h18
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"Talíria Petrone, sua macaca fedorenta, a milícia tem que te colocar no caixão", diz a mensagem enviada à deputada
"Talíria Petrone, sua macaca fedorenta, a milícia tem que te colocar no caixão", diz a mensagem enviada à deputada
Foto: José Cruz/Agência Brasil

A Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou que já abriu um inquérito para investigar a ameaça de morte endereçada à deputada federal Talíria Petrone (PSOL). Nesta segunda-feira (29), a parlamentar relatou o caso por meio das redes sociais.

"A investigação está em andamento na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) e corre sob sigilo", informou a Polícia Civil. 

De acordo com a deputada, a ameaça foi recebida por meio dos e-mails institucionais de seu mandato. O texto, além da ameaça, contém ainda termos racistas.

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"Talíria Petrone, sua macaca fedorenta, a milícia tem que te colocar no caixão. Se você não renunciar ao seu mandato de deputada e à sua candidatura a prefeita de Niterói e abandonar a política, eu vou te matar", diz trecho da mensagem lido pela deputada. Ela disse também que há menções ao endereço do seu gabinete e detalhes da sua rotina e da agenda de sua pré-campanha à Prefeitura de Niterói.

"Como se não bastasse, cita nominalmente cada um dos meus filhos, o que mexeu muito comigo. Quem é mãe pode imaginar. Estamos acionando todas as autoridades competentes, tomando todas as medidas cabíveis", disse a parlamentar. 

Talíria classificou as ameaças como um ataque à democracia e declarou que a divergência faz parte da política, mas que a violência não pode ser tolerada.

"Tenho um recado muito firme para dar a esse criminoso e a qualquer pessoa que ouse me intimidar, intimidar qualquer mulher na política, qualquer pessoa negra na política: nós não vamos recuar. Nós vamos dobrar nossa força", afirmou. 

Ela também fez uma convocação à população. "Nunca foi tão importante apoiar candidaturas de mulheres negras. A gente precisa de paz na política e não há paz enquanto mulheres e pessoas negras não puderem fazer política em paz".

Nesta terça-feira (30), o PSOL se manifestou pelas redes sociais. O partido lembrou que não é a primeira ameaça sofrida pela deputada. "Toda nossa solidariedade à Talíria Petrone, que mais uma vez teve que recorrer à Polícia Federal e à Polícia Civil depois de receber nova ameaça de morte", diz o texto. 

Em 2020, a parlamentar chegou a encaminhar uma carta às relatoras de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), denunciando as sucessivas ameaças que vinha recebendo.

Polícia Federal

O mandato de Talíria Petrone informou que uma reunião deve ocorrer ainda nesta terça-feira (30) com a Polícia Federal, que também foi acionada diante das ameaças. Além disso, foi compartilhado um comunicado em que a deputada cobrou a identificação e responsabilização do criminoso. Ela também lamentou a necessidade de mobilizar tempo e estrutura para lidar com a questão, quando poderia estar concentrada em debater propostas para a saúde, a educação, o orçamento e a economia.

"Talíria é identificada por estudos como a parlamentar mais ameaçada do Brasil pelas redes sociais. Registra-se que essas ameaças não foram integralmente solucionadas e há inquéritos ainda em andamento. Alguns apresentam caráter preocupante. Por conta disso, a deputada é acompanhada 24h por escolta policial e faz parte do Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos", registra o comunicado.

Edição: Fernando Fraga

Agência Brasil Agência Brasil
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