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Polícia investiga caso de racismo na Uerj de São Gonçalo

Agressora seria uma colega de turma da vítima

15 ago 2022 - 15h21
(atualizado às 15h22)
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Em repúdio à agressão, um protesto foi organizado na faculdade no início desta semana
Em repúdio à agressão, um protesto foi organizado na faculdade no início desta semana
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A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga uma denúncia de racismo contra uma aluna na Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), localizada no campus São Gonçalo, na região metropolitana do Rio. 

O caso ocorreu no dia 4 de agosto e foi registrado na 73ª Delegacia de Polícia (Neves) como injúria racial e ameaça. A agressora seria uma colega de turma da vítima, e, segundo a polícia, testemunhas estão sendo ouvidas e as investigações estão em andamento para esclarecer os fatos.

A Uerj informou que lamenta o episódio de racismo e afirmou ter prestado todo apoio à estudante agredida. "A aluna foi acompanhada à delegacia por um professor e uma assistente social da universidade, para prestar queixa. A instituição irá acompanhar atentamente o caso", disse em nota. 

Repúdio

Em repúdio à agressão, um protesto foi organizado na faculdade no início desta semana, e cartazes contra o racismo foram levados para o campus. Após o ato, porém, estudantes denunciaram que mensagens com apologia ao estupro de mulheres negras e contra o sistema de cotas foram coladas no banheiro masculino.

O Centro Acadêmico da Faculdade de Formação de Professores, por meio de suas redes sociais, repudiou a mensagem racista e misógina. "É inaceitável que isso aconteça em qualquer espaço e, neste caso, tem um pesar a mais: o fato de estar acontecendo em um campus de formação de professores, que em sua maioria saem da universidade para lecionar na educação pública", afirmou em mensagem publicada ontem.  

Também em nota de repúdio publicada ontem nas redes sociais, a Direção da Faculdade de Formação de Professores ressaltou que não há norma interna da universidade para apurar a conduta de alunos e considerou urgente que seja debatida e aprovada uma regulamentação que estabeleça esses procedimentos de apuração.

"Os recorrentes episódios de discriminação vivenciados na FFP são extremamente graves, incompatíveis com a legislação, com o ambiente acadêmico e com princípios éticos", diz o texto. 

Sobre as mensagens racistas e misóginas, a Uerj afirmou que farão parte da investigação policial e da apuração administrativa interna da universidade. Já a Polícia Civil afirmou que ainda não foi registrada ocorrência a respeito desses cartazes. 

A Uerj acrescenta ainda que, como pioneira na implantação da política de cotas no Brasil, repudia todo ato racista e, há 20 anos, trabalha para promover a diversidade no ambiente universitário.

"A universidade também estimula a criação de coletivos e organizações estudantis de alunos negros, por entender o papel que estes desempenham na luta antirracista e na promoção do diálogo dentro da instituição".

Agência Brasil Agência Brasil
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