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Polícia investiga se anestesista preso estuprou outras duas grávidas

Equipe de enfermagem notou comportamento estranho de Giovanni Bezerra já nos dois partos anteriores ao que ele foi flagrado em vídeo

11 jul 2022 - 21h45
(atualizado às 22h01)
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Polícia investiga se anestesista preso estuprou outras duas grávidas
Polícia investiga se anestesista preso estuprou outras duas grávidas
Foto: Poder360

A Polícia Civil investiga se o anestesista preso por estuprar uma grávida durante a cesariana, Giovanni Quintella Bezerra, de 32 anos, também estuprou outras duas gestantes que tiveram os bebês no dia do flagrante. A informação é do Jornal Nacional

O profissional foi preso em flagrante após ser gravado em um vídeo pela equipe de enfermagem, que já desconfiava das ações praticadas por ele e conseguiu flagrar o crime com um celular escondido. 

A prisão ocorreu neste domingo, 10, ainda no Hospital da Mulher, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, onde tinha acabado de estuprar uma vítima, logo após ela ter o bebê. 

Após o flagrante, o anestesista também passou a ser investigado pelo estupro de outras duas grávidas que fizeram partos ainda no domingo, no mesmo hospital.

De acordo com o Jornal Nacional, na primeira cirurgia, uma das funcionárias percebeu uma atitude estranha de Giovanni, que, logo após a saída do acompanhante da paciente, usou um capote para fazer uma cabana que impedia que alguém visse a mulher do pescoço para cima.

Já na segunda cirurgia, o anestesista também se posicionou de uma forma que impedia qualquer pessoa de ver a paciente do pescoço para cima.

Registro de ocorrência

Nesta segunda, 11, uma mulher de 23 anos que estava grávida de gêmeos e perdeu um dos filhos no parto, no início do mês, registrou boletim na delegacia de São João de Meriti. A mãe da jovem relatou à TV Globo que Giovanni era o anestesista e que estranhou quando a filha voltou para o quarto sonolenta demais.

“Minha filha, quando veio para o quarto para eu receber ela, para ficar de acompanhante, infelizmente ela estava com várias casquinhas secas no rosto, perto do ouvido e do rosto, e que, assim, parecendo que estava um troço brilhoso, colante”, contou ela em entrevista ao Jornal Nacional

Já o marido relatou que não pôde acompanhar o parto porque o médico não deixou. “Mandou eu sair na metade, não tinha visto nem a criança e minha esposa já tinha dormido. Muita raiva, muita raiva. A gente está ali confiando nos médicos e acaba acontecendo uma coisa dessas", disse o homem. 

Giovanni Bezerra foi indiciado por estupro de vulnerável. Para a delegada Barbara Lomba, que conduz o caso, o ocorrido causa "muita repugnância pelo agressor ser um profissional de saúde, de uma responsabilidade muito grande dentro de um procedimento cirúrgico". 

Uma das vítima relatou à TV Globo que está revoltada com tudo que aconteceu. “A gente está achando que está protegida, em um momento difícil que está passando, com dor, e a pessoa se aproveitar de um momento desse é indignante”, disse.

Médico atuava como anestesista desde abril

Conforme divulgado pelo Estadão, Giovanni Quintella Bezerra concluiu a especialização em anestesia apenas recentemente e gostava de se fotografar em ambientes hospitalares. "Vocês vão ouvir falar muito de mim", escreveu em uma postagem.

O médico se formou no Centro Universitário de Volta Redonda (Unifoa), na região sul do Estado do Rio, em 2017. A especialização em anestesia foi concluída este ano, no mês de abril. Não há muitas informações sobre sua produção acadêmica, uma vez que seu currículo na plataforma lattes não é atualizado há dez anos.

Giovanni Bezerra gostava de publicar fotos com sua rotina médica no Instagram - o perfil, porém, foi fechado após sua prisão. Diversas fotos dele que foram divulgadas nesta segunda nas redes sociais mostram o médico com uniformes de hospitais, daqueles que se usam em salas cirúrgicas. Em uma delas, escreveu: "Em frente, vou ganhando meu espaço na profissão que escolhi fazer a diferença".

Ao receber voz de prisão, o anestesista declarou que não sabia o que estava acontecendo. Ao ser informado pela delegada Bárbara Lomba, da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti, que ele havia sido filmado praticando o abuso, Giovanni Quintella Bezerra se calou.

As imagens mostram o anestesista ao lado da paciente, que está dopada. Enquanto a equipe cirúrgica se prepara para começar a cesariana, Quintella tira o pênis da calça e o coloca na boca da grávida.

O advogado Hugo Novais, que defende Quintella, disse em nota que a defesa ainda não obteve acesso à íntegra dos depoimentos e dos elementos de prova no auto de prisão em flagrante.

"A defesa alega que ainda não obteve acesso na íntegra aos depoimentos e elementos de provas que foram produzidos durante a lavratura do auto de prisão em flagrante. A defesa informa também que após ter acesso a sua integralidade, se manifestará sobre a acusação realizada em desfavor do anestesista Giovanni Quintella."

Fonte: Redação Terra
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