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"Políticas para pessoas com deficiência têm de ser transversais a todas as áreas sociais e urbanas", diz Guilherme Boulos

Deputado federal eleito está na equipe de transição do governo Lula e falou à Rádio Eldorado sobre mobilidade.

16 nov 2022 - 13h17
(atualizado às 14h51)
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Guilherme Boulos concedeu entrevista à Rádio Eldorado. Foto: Reprodução.

"A política de pessoas com deficiência tem de ser transversal a todas as áreas de política social e de política urbana. Não podemos pensar nisso apenas em uma caixinha" afirmou nesta quarta-feira, 16, o deputado federal eleito Guilherme Boulos (PSOL-SP), em entrevista à Rádio Eldorado. Ele faz parte do grupo de Cidades na equipe de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Questionado pelo jornalista Haisem Abaki, âncora do Jornal Eldorado, sobre mobilidade e a invisibilidade das pessoas com deficiência, Boulos disse que o Brasil está muito atrasado.

"Precisamos avançar muito na mobilidade. Em várias cidades do País, há ônibus sem adaptação e funcionários que não são treinados para atender pessoas com mobilidade reduzida", destacou o deputado eleito.

"Isso tem de ser integrado a uma política geral de cidades. Se você tem calçadas totalmente quebradas, inadequadas, irregulares, já é difícil para qualquer um, mas quando se trata, por exemplo, de um cadeirante, é muito mais difícil. Estamos falando de urbanização em favelas, de acesso aos equipamentos públicos, de saúde, de educação, que não são adaptados", completou Boulos.

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O grupo de transição do governo Lula tem, até agora, quatro pessoas com deficiência. Rubinho Linhares, que tem nanismo, coordenador nacional das Pessoas com Deficiência do PT (leia entrevista exclusiva), e o economista Luiz Alberto Melchert, cego, na equipe de Direitos Humanos. O atual presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Mizael Conrado, bicampeão paralímpico no futebol de 5, e Verônica Hipólito, medalhista de prata e bronze nas corridas de 100 e 400 metros, categoria T38, nos Jogos Paralímpicos do Rio em 2016, no time do esporte.

Ainda não há nenhuma linha divulgada sobre as propostas dessa transição para a população com deficiência.

Lula terá de provar, no que diz respeito à população com deficência, que não é igual ao presidente em fim de mandato Jair Bolsonaro. O presidente eleito vai ter que mostrar na prática que trabalha pela população com deficiência, que realmente entende a importância das pessoas com deficiência para o País, terá de fomentar e aprovar políticas que garantam o respeito aos direitos das pessoas com deficiência, terá de cumprir promessas como a ampliação do acesso ao BPC (Benefício de Prestação Continuada, regulamentado pela Lei Orgânica de Assistência Social), tem de incluir num provável revogaço o Decreto 10.502/2020 de Bolsonaro, que instituiu a Polícia Nacional de Educação Especial, uma ameaça real à educação inclusiva, terá de atuar para que a Lei Brasileira de Inclusão sejá regulamentada por completo e efetivamente aplicada em todo o País.

Estadão
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