Por que "imbrochável" é um termo da masculinidade tóxica
Em encontro com apoiadores numa churrascaria em NY, Bolsonaro voltou a usar palavra mencionada em discurso no ato de 7 de setembro
Após discursar nessa terça-feira (20) na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, o presidente Jair Bolsonaro (PL) abandonou o evento oficial e reuniu cerca de 250 pessoas, entre apoiadores e ministros, numa churrascaria brasileira em Manhattan. Em um novo discurso, dessa vez mais informal, Bolsonaro voltou a dizer que é "imbrochável".
"Não vou dizer que estamos em um paraíso, se bem que lá é a terra prometida. Mas comparado com demais países do mundo, nós vamos muito bem. Graças a ... Me desculpe, além de imbrochável, eu sou outras coisas também", falou, repetindo o termo que havia usado em discurso no ato oficial de 7 de setembro e provocando risadas em sua plateia.
A palavra "imbrochável", mais uma vez, tomou conta das conversas nas redes sociais e levantou novamente o debate em torno de símbolos envolvendo a masculinidade tóxica. Embora especialistas em sexualidade humana afirmem que brochar é algo completamente natural para qualquer homem, independentemente da idade, ainda persiste no imaginário patriarcal e machista a ideia de que "homem que é homem não brocha jamais".
Trata-se de um ideal que busca colocar quem se diz "imbrochável" como exemplo de virilidade e superioridade masculina, mas que, na prática, não corresponde à realidade. É, ainda, um clássico exemplo de masculinidade tóxica, conceito que envolve representações estereotipadas de como um homem deve ser perante a sociedade, e uma forma de camuflar inseguranças e vulnerabilidades.