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Por que o lenço verde é um símbolo feminista na América Latina?

Acessório surgiu na Argentina como ícone do movimento pela legalização do aborto e hoje inspira manifestações no Brasil e em outros países

9 jul 2024 - 05h00
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O lenço verde ganhou força como símbolo feminista na Argentina, primeiro país da América Latina a legalizar o aborto
O lenço verde ganhou força como símbolo feminista na Argentina, primeiro país da América Latina a legalizar o aborto
Foto: Wikimedia Commons

Os lenços (pañuelos, em espanhol) verdes são uma peça bastante comum entre as feministas da América Latina, que costumam usá-los na cabeça, no punho, nas mochilas e até nas grades das casas e em seus meios de locomoção. 

A narrativa do lenço verde como símbolo do direito ao aborto surgiu em 2003, na Argentina, durante o 18º Encontro Nacional de Mulheres na cidade de Rosário. Dois anos mais tarde, foi lançada no país a Campanha Nacional pelo Direito ao Aborto Legal, Seguro e Gratuito e o lenço verde mais uma vez foi incorporado como ícone do movimento.

Mas foi em 2020, com a aprovação da Lei do Aborto na Argentina, que o emblema ganhou força mundial ao se tornar símbolo dessa conquista. A Argentina se tornou o primeiro país latino-americano a conseguir esse direito.

Mães da Praça de Maio

É importante frisar que a peça também teve como inspiração o ato de resistência das Madres de Plaza de Mayo (Mães da Praça de Maio) em 1977, quando um grupo de mulheres começou a protestar contra o desaparecimento de seus filhos em frente à Casa Rosada, sede da Presidência em Buenos Aires, durante a ditadura militar instaurada no país entre 1976 a 1983.

Para se reconhecerem, as mulheres começaram a usar um pano branco na cabeça. No início, os tecidos usados eram fraldas para bebês, que mais tarde viraram lenços brancos com os nomes dos desaparecidos.

Vários lenços foram desenhados com tinta no chão da Praça de Maio para reforçar a luta dessas mães. Hoje, as Avós da Praça de Maio, novo nome da organização, usam o lenço verde em suas manifestações semanais no mesmo local.

Símbolo das Mães da Praça de Maio, em Buenos Aires, foi a semente do movimento
Símbolo das Mães da Praça de Maio, em Buenos Aires, foi a semente do movimento
Foto: Wikimedia Commons

Cores e luta

O verde foi escolhido não só por representar a esperança, mas por não estar associado a nenhum movimento social ou político argentino, e passou a colorir diversas reivindicações e atitudes combativas em prol dos direitos femininos.

Outros países da América Latina adotaram os lenços com o mesmo objetivo, mas com cores diferentes. No México a escolha foi o branco; na Colômbia, o amarelo; no Chile, o bordô; no Equador, o lilás; na Costa Rica, o roxo, e no Peru, o salmão.

Manifestação pela legalização do aborto em Florianópolis, realizada em 28 de setembro de 2023
Manifestação pela legalização do aborto em Florianópolis, realizada em 28 de setembro de 2023
Foto: Wikimedia Commons

No Brasil, embora as cores mais comuns adotadas para a comunicação envolvendo o feminismo sejam o lilás e o vermelho, o lenço verde já vem dando as caras em algumas manifestações, a exemplo da que ocorreu em Florianópolis em 2023 em prol da legalização da aborto, e nos atos em repúdio à PL 1904 em todo o Brasil neste ano.

Na Espanha, o lenço verde foi usado nas manifestações internacionais de apoio à Lei do Aborto na Argentina. Em 2020, após a aprovação do projeto da Lei sobre o aborto na Espanha, a Ministra da Igualdade Irene Montero compareceu à uma coletiva de imprensa com o acessório no braço.

Fonte: Redação Nós
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