Por que o termo "autista" não deve ser usado como adjetivo?
Classificar de maneira pejorativa alguém como "autista" contribui para a discriminação da comunidade
A palavra “autista” é constantemente usada como adjetivo para classificar alguém de maneira pejorativa. Normalmente, ela é utilizada para descrever pessoas que têm comportamentos diferentes ou que fogem do padrão normativo de pessoas não autistas. Entretanto, não é legítimo usar o autismo para insultar as pessoas. O Transtorno do Espectro Austista (TEA) é um transtorno de desenvolvimento neurológico que pode causar problemas na comunicação e na interação social de uma pessoa.
A seguir, confira os motivos pelos quais não se deve usar a palavra "autista" como adjetivo.
- Comportamento: pessoas autistas podem apresentar comportamentos que, para outras pessoas, não são típicos, mas para a comunidade autista é, sim. Um exemplo é evitar olhar nos olhos de alguém ou balançar o corpo. Eles podem ser uma forma de autistas se expressarem ou interagirem com o mundo, e usar esses comportamentos para insultar alguém apenas aumenta a incompreensão das pessoas sobre o autismo.
- Diagnóstico: pessoas com autismo precisam enfrentar muitos obstáculos até, finalmente, conseguirem o diagnóstico de autismo. O processo é longo e o apoio da família e dos amigos é fundamental nesses casos. Conseguir o diagnóstico de autismo é considerado uma conquista, uma vez que nem todos têm acesso a serviços médicos especializados que possam fazer o diagnóstico, que ajuda as pessoas a se compreenderem.
- Impacto negativo: usar a palavra "autista" como adjetivo é um equívoco que tem consequências profundas, pois perpetua estigmas e preconceitos que podem ter impacto significativo na vida de pessoas autistas e dos que convivem com elas. Quando uma pessoa faz isso, ela está contribuindo para a desinformação e a discriminação das pessoas dentro desse espectro.
- Identidade: ser autista não deveria ser considerado algo ruim ou um "defeito". É fundamental tratar a palavra "autista" com respeito e sensibilidade, reconhecendo que ser autista é uma parte válida da identidade de alguém e não deve ser visto como uma fraqueza ou falha. O uso pejorativo da palavra desrespeita a experiência e as lutas de pessoas autistas, criando um ambiente em que a identidade delas é tratada como algo inferior.