Posição de Portugal sobre escravidão é fruto de cobranças, diz Anielle
Ministra da Igualdade Racial espera medidas concretas
Após o presidente português, Marcelo Rebelo, admitir crimes cometidos por Portugal durante a escravidão transatlântica e a era colonial, e também indicar reparação, a ministra brasileira da Igualdade Racial, Anielle Franco, afirmou que seria importante lembrar que essa posição do país é "fruto de séculos de cobrança da população negra". A ministra avalia que, a partir de agora, a declaração precisa vir junto com medidas concretas para a reparação.
Em vídeo distribuído à imprensa, a ministra considerou "muito importante" e "contundente" a declaração desta quarta-feira (24) feita pelo presidente de Portugal. "Pela primeira vez, a gente está aqui fazendo um debate dessa dimensão a nível internacional”.
A ministra chamou a atenção para o fato que a declaração de Marcelo Rebelo ocorrer uma semana depois do Fórum Permanente de Pessoas Afrodescendentes da Organização das Nações Unidas, na Suíça. "Inclusive, várias organizações do movimento negro cobraram a postura mais firme de Portugal justamente sobre esse tema", lembrou.
Anielle, no entanto, espera que as ações concretas de reparação ocorram, já que, em seu olhar, o próprio presidente parece estar se comprometendo a fazer.
"A nossa equipe já está em contato com o governo português para dialogar sobre como pensar essas ações e, a partir daqui, quais passos serão tomados", adiantou Anielle.
O próprio presidente Marcelo Rebelo considera que existam tarefas importantes pela frente. "Pedir desculpas é a parte mais fácil", disse o presidente português.
Edição: Fernando Fraga