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Prefeito proíbe mostra de cinema LGBTQIA+ em fundação cultural: "Respeito aos princípios cristãos"

Prefeito de Rio do Sul disse que "apologia e incentivo vão na contramão daquilo que devemos defender enquanto família"; MP abriu inquérito

1 abr 2024 - 11h48
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Resumo
O prefeito José Thomé proibiu uma mostra de cinema LGBTQIA+ em Rio do Sul, Santa Catarina. O Ministério Público abriu um inquérito para investigar se houve ferimento à laicidade do Estado e homotransfobia.
A organização do Transforma, Festival de Cinema da Diversidade de Santa Catarina, classificou a decisão como censura
A organização do Transforma, Festival de Cinema da Diversidade de Santa Catarina, classificou a decisão como censura
Foto: Reprodução: Instagram/thomeprefeito

O prefeito de Rio do Sul, José Thomé (PSD), em Santa Catarina, usou as redes sociais para revelar que proibiu uma mostra de cinema LGBTQIA+ na Fundação Cultural de Rio do Sul, que aconteceria nos dias 27 e 28 de março.

Em vídeo, José explicou "não ser questão de preconceito, mas de respeito aos princípios cristãos, daquilo que está escrito na Bíblia, e dos princípios da família".

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"Como pai de dois filhos, menores de idade, que poderiam, inclusive, participar dessa apresentação, porque a classificação é livre, tratando de questões de homossexualidade, a portas abertas, eu não posso permitir isso."

Segundo José, "isso jamais vai acontecer" enquanto ele for o prefeito da cidade. "E quero deixar muito claro que não sou bolsonarista, direita radical, nada disso. Isso nem me interessa. Mas eu sou cristão. Sou pai de família. Respeito sim, apologia e incentivo com certeza vão na contramão daquilo que devemos defender enquanto cidade, família, religião e bons princípios", declarou.

Censura

A organização do Transforma, Festival de Cinema da Diversidade de Santa Catarina, classificou a decisão como censura e cancelou a mostra de cinema, visando garantir a segurança da equipe e do público. "O discurso de ódio do prefeito nos levou para um lugar que a gente não imaginava, que era a de sentir medo de realizar as ações na cidade. Um momento muito triste", disse.

"Não queremos perpetuar esse tipo de discurso, de violência, de ódio. A gente está aqui pelo amor, pelo respeito, pelo acolhimento de todas as pessoas, é isso que a Transforma prega, a construção de uma sociedade melhor para todas as pessoas", afirmou.

Ministério Público

O Ministério Público de Santa Catarina abriu um inquérito no dia 28 de março para investigar se o prefeito José Thomé feriu a laicidade do Estado, promoveu a censura e cometeu homotransfobia. O vereador suplente de Florianópolis Leonel Camasão Cordeiro (PSOL) denunciou o caso.

"Acabo de denunciar o Prefeito de Rio do Sul ao Ministério Público por censura, desrespeito a laicidade do Estado e homotransfobia. José Thomé (PSD) censurou um festival de cinema LGBT na cidade por 'respeito aos princípios cristãos, ao que está escrito na Bíblia'", escreveu Camasão.

"Santa Catarina vive um estado inconstitucional das coisas, onde a censura e a perseguição nas escolas e a produtores culturais se tornou o novo 'normal'. Precisamos que as instituições se levantem contra o autoritarismo e a LGBTfobia", afirmou o suplente, que é bissexual.

LGBTfobia é crime. Saiba como denunciar 

LGBTfobia é crime, com pena de prisão prevista em lei. Ao presenciar qualquer episódio de LGBTfobia, denuncie. Você pode fazer isso por telefone, ligando 190 (em caso de flagrante) ou 100 a qualquer horário; pessoalmente ou online, abrindo um boletim de ocorrência em qualquer delegacia ou em delegacias especializadas.

Saiba mais sobre como denunciar aqui.

Fonte: Redação Nós
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