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Preparador físico do Universitario é suspenso por 10 jogos pela Conmebol por racismo

Sebastián Avellino Vargas é punido pelos gestos racistas na Neo Química Arena na partida entre o time peruano e o Corinthians pelos playoffs da Copa Sul-Americana

17 ago 2023 - 15h40
(atualizado às 16h53)
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Foto: Reprodução/globoplay

A Conmebol suspendeu Sebastián Avellino Vargas, preparador físico do Universitario, do Peru, por dez jogos por causa dos gestos racistas na Neo Química Arena na partida contra o Corinthians, pelos playoffs da Copa Sul-Americana. A punição é válida somente em partidas de competições organizadas pela entidade máxima do futebol do continente.

A decisão, publicada nesta quinta-feira, foi tomada com base no artigo 15.1 do código disciplinar da Conmebol, que diz que "qualquer jogador ou oficial que insultar ou atentar contra a dignidade humana de outra pessoa ou grupo de pessoas, por qualquer meio, tendo como motivos a cor da pele, raça, sexo ou orientação sexual, etnia, idioma, credo ou origem, será suspenso por pelo menos dez (10) partidas ou por um período mínimo de quatro (4) meses". Em caso de reincidência, a punição aumenta para proibição de exercício atividades relacionadas ao futebol por cinco anos.

A pena aplicada no preparador físico do Universitario é a menor possível de acordo com o código disciplinar da entidade. Isso se deve ao fato de Sebastián Avellino ser primário na infração. Em caso de reincidência, Avellino pode ser suspenso por até cinco anos e receber outras sanções de acordo com o regimento da Conmebol.

Além da punição da entidade máxima do futebol sul-americano, Sebástian Avellino responde por dois crimes na justiça brasileira. O profissional do time peruano é acusado de incitar e praticar discriminação ou preconceito contra cor, raça ou etnia e também o de promover tumulto e incitar a violência.

Diferenças entre preconceito, racismo e discriminação Diferenças entre preconceito, racismo e discriminação

Conmebol assina aliança contra o racismo

Também nesta quinta-feira, a Conmebol anunciou que assinou uma aliança para o combate ao racismo em suas competições. Depois de diversos episódios de discriminação em suas competições, a entidade firmou acordo com o Observatório da Discriminação Racial no Futebol.

"A CONMEBOL tem trabalhado para consolidar espaços livres de qualquer tipo de violência, minimizar qualquer expressão de racismo e discriminação no futebol da América do Sul e defender os valores positivos que são a base deste esporte. Essa aliança, sem dúvida, nos dará mais e melhores ferramentas para continuar avançando esses objetivos e levantando nossa voz, conscientizando e focando corretamente nossas iniciativas para enfrentar esse desafio", disse Alejandro Dominguez, presidente da CONMEBOL.

"Estamos muito satisfeitos em iniciar essa parceria com a CONMEBOL e unir forças para gerar maior inclusão social e eliminar a violência e a discriminação racial do esporte. Estamos otimistas de que os resultados serão alcançados, com ações importantes e continuas", Marcelo Carvalho, fundador do Observatório da Discriminação Racial no Futebol.

Entenda o caso

Avellino foi flagrado fazendo gestos racistas para a torcida do Corinthians no jogo de ida entre o time paulista e o Universitário pelos playoffs para as oitavas de final da Sul-Americana. Após a partida, o preparador físico passou por audiência de custódia no Fórum Criminal Ministro Mário Guimarães, foi preso preventivamente e, desde então, a defesa do clube buscou o habeas corpus para o caso.

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) ofereceu duas denúncias à Justiça contra o profissional: por racismo, com punição prevista de até cinco anos, e de promover tumulto e desordem em eventos esportivo, que pode acarretar em até dois anos de detenção, segundo a Lei Geral do Esporte.

No documento ao qual o Estadão teve o acesso, o promotor Pedro Henrique Pavanelli Lima pede a manutenção da prisão preventiva de Avellino no País até a sentença da Justiça. Preso em flagrante ainda no estádio em Itaquera, o profissional teve seu pedido de habeas corpus negado na última semana. Por não ter laços com o Brasil, o MP entende que é importante que o acusado siga no País até a conclusão do processo.

Na decisão desta quinta-feira, no entanto, o juiz Antonio Maria Patiño Zorz, do TJ-SP, entendeu a gravidade do ocorrido, mas ressaltou que a liberdade de Avellino não coloca em risco a ordem pública, ou seja, um perigo para a sociedade. Desta forma, o preparador físico volta para o Peru e responde o processo de lá.

Entenda a diferença entre racismo e injúria racial:
Estadão
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