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Presidente da Liesa diz que carnavalesco precisa receber ‘tinta’ após dizer que é preto

Situação aconteceu em um episódio do podcast ‘Só Se For Agora’ e causou revolta nos internautas, que viram a atitude como racista

14 nov 2023 - 21h59
(atualizado às 23h26)
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Presidente da Liesa diz que carnavalesco precisa receber ‘tinta’ após dizer que é preto
Presidente da Liesa diz que carnavalesco precisa receber ‘tinta’ após dizer que é preto
Foto: Reprodução/YouTube

O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Perlingeiro, questionou a identidade racial do carnavalesco da Portela Antônio Gonzaga. A situação aconteceu durante um episódio do podcast Só Se For Agora, que é apresentado por Perlingeiro, e foi ao ar na segunda-feira, 13. 

O programa recebeu Gonzaga e André Rodrigues para um bate-papo sobre o que a escola estava planejando para o Carnaval de 2024. Durante a conversa, a dupla foi questionada sobre o que representa o enredo da Portela para a negritude brasileira, por conta da Semana da Consciência Negra.

Em resposta, Gonzaga disse: “Somos dois carnavalescos pretos, que estão trabalhando pela primeira vez juntos”. Neste momento, ocorreu o seguinte diálogo: 

“Você é negro, preto?”, questionou Perlingeiro. “Sou”, respondeu Gonzaga. “Precisamos dar uma tinta em você, que você está muito clarinho”, comentou o apresentador, que continuou: “Sua mãe é negra? E o seu pai?”. 

Constrangido, o rapaz respondeu: “Minha mãe, meu pai não". “Logo vi. Você não está com essa negritude toda”, disse Perlingeiro. “Mas eu sou negro e de família negra”, respondeu, por fim, Gonzaga. 

 

Após a publicação do vídeo, a área de comentários se encheu de internautas desaprovando a atitude do presidente da Liesa, que foi considerada racista. Nas redes sociais, a página oficial da Portela, cujo enredo do ano que vem será Um Defeito de Cor, publicou uma nota repudiando o momento. 

“O G.R.E.S Portela é uma instituição fundada por pretos, pobres e suburbanos há mais de cem anos. Temos como princípio a luta contra o preconceito de qualquer espécie, bem como o apoio incondicional a diversidade. Ao longo das décadas, ajudamos a fincar os pilares para a construção de um ‘mundo do samba’ múltiplo e plural”, escreveu. 

A escola disse ainda que presta solidariedade aos carnavalescos Antônio Gonzaga e André Rodrigues e a todos que participaram do podcast. 

“Seguimos juntos nossa jornada para uma sociedade em que a cor de pele não seja um defeito, o que está muito além de um desfile carnavalesco”, ressaltou, por fim. 

No fim da tarde desta terça-feira, 14, Jorge Perlingeiro usou as redes sociais para pedir desculpas a “aqueles que por acaso se sentiram ofendidos” e disse que estava fazendo “uma brincadeira”. 

“De repente algumas pessoas se sentiram, não digo ofendidas, mas de repente molestadas porque eu tava falando de alguma coisa ligada a negritude, falando sobre racismo. E isso [o racismo] nunca ocorreu na minha vida. Há 55 anos eu sou comunicador, há 55 anos eu lido com sambistas, obviamente que a grande parte são negros, são pretos, pessoas que fazem parte da minha vida, homens, mulheres. Isso não importa, a cor, o que importa é o relacionamento e a importância”, disse Perlingeiro em um vídeo publicado nas redes da Liesa. 

Pelo Twitter (X), Antônio Gonzaga não mencionou o episódio diretamente, mas falou sobre a luta negra para além do mês de novembro, considerado o mês da Consciência Negra no Brasil. 

“Minha voz é tinta e caneta. É sobre identidade, entendimento, letramento e afeto. Que além de novembro, a consciência negra seja uma batalha contínua. Um defeito de cor não é à toa”, escreveu. 

Fonte: Redação Terra
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