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Primeiro presidente negro da CBF, prega 'luta diária' contra o racismo

Em outubro, entidade instituiu a criação de uma comissão para combater o problema e a violência no futebol brasileiro

20 nov 2022 - 10h31
(atualizado às 11h53)
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Foto: Lucas Figueiredo/CBF

Representada pelo seu presidente Ednaldo Rodrigues, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) destacou a importância da data do dia 20 de novembro, quando se comemora o "Dia da Consciência Negra" no Brasil. "Como primeiro presidente negro da CBF e nordestino, sigo lutando de cabeça erguida e com veemência pelo combate a toda a forma de discriminação. Basta de racismo em todos os segmentos da sociedade", disse o dirigente em nota da entidade.

O comunicado reforça o repúdio ao preconceito racial e afirma ainda que o negro é a marca do futebol brasileiro em sua história. Na mensagem, a entidade abraça a todos que lutam pela igualdade dentro e fora dos campos e se solidariza com esses movimentos. Disse isso em meio à Copa do Mundo do Catar, país que enfrenta muitas críticas por não defender as minorias e desrespeitar os direitos humanos.

Em uma mensagem de vídeo, o presidente aparece usando uma camisa preta com o desenho de uma palma da mão estendida. A peça traz ainda a seguinte inscrição: "Observatório da Discriminação Racial no Futebol".

"O negro é marca do futebol brasileiro. A luta contra o racismo é diária e contínua. Temos que estar sempre combatendo. Na qualidade de ser o primeiro presidente da CBF negro, e ser nordestino, já passei por todo o tipo de discriminação. Mas continuo de cabeça erguida lutando com veemência para que possamos juntos combater esse pecado e esse crime que fazem contra o negro. Basta de racismo em todos os segmentos da sociedade", afirmou em seu pronunciamento.

CBF no combate ao racismo

Em outubro, a CBF instituiu a criação de uma comissão para combater o racismo e a violência no futebol. O Grupo de Trabalho (GT) é formado por 46 membros, que representam mais de 30 entidades, entre elas a Fifa, Conmebol, federações estaduais, clubes e o Ministério Público. Os atletas são representados pelo ex-goleiro Aranha, que sofreu com o racismo dentro de campo e também fez um livro sobre o assunto.

Segundo o documento obtido pelo Estadão, uma portaria assinada por Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, o GT irá "discutir os aspectos legais e operacionais relacionados ao aprimoramento do marco regulatório, das políticas públicas e dos procedimentos desportivos", além da coordenação de ações no enfrentamento do racismo e da violência no futebol. A primeira reunião foi no dia 1 de novembro, por videoconferência, sob coordenação do gerente de projetos Ricardo Leão. Todos os times das séries A, B, C e D foram notificados.

A CBF acena com punição aos clubes mandantes em caso de racismo em suas partidas nas competições oficiais de 2023, talvez já começando pelos Estaduais.

Estadão
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