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Procuradora do MP de Alagoas faz declarações homofóbicas durante sessão

Denise Guimarães insinuou que pessoas LGBT 'não se reproduzem', o que vai contra o que 'Deus disse'

18 mar 2024 - 22h53
(atualizado em 21/3/2024 às 17h27)
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Resumo
Denise Guimarães, procuradora do Ministério Público de Alagoas, fez declarações homofóbicas durante uma sessão, mas o Ministério Público declarou que não comunga com nenhum tipo de ação discriminatória.
Procuradora do MP de Alagoas faz declarações homofóbicas durante sessão
Procuradora do MP de Alagoas faz declarações homofóbicas durante sessão
Foto: Reprodução/Agência Diadorim

A procuradora do Ministério Público de Alagoas Denise Guimarães fez declarações homofóbicas durante uma sessão. Os comentários foram feitos enquanto ela conversava com um colega e não percebeu que o microfone ainda estava ligado. 

O caso aconteceu na última quinta-feira, 14. De acordo com um áudio obtido e divulgado pela Agência Diadorim, ela estava comentando sobre a ida de representantes LGBTQIA+ para discutir pautas ligadas ao movimento.“Márcio deu até um carro”, comentou Denise de forma crítica.

Em outro momento da conversa, ela diz: “Deus disse: ‘Crescei e multiplicai’. Quem disser que esses tais LGBT multiplicam, eu calo”, comentou. 

O Terra procurou o Ministério Público para comentar o episódio e ainda não obteve retorno, mas à agência, o órgão disse que “foi promovido um debate sobre políticas públicas afirmativas que objetivou a discussão sobre a reparação histórica do Estado no reconhecimento de direitos de populações vulneráveis, a exemplo de comunidades LGBTQIA+, quilombolas, indígenas e do povo preto”.

“O Ministério Público brasileiro, portanto, também o de Alagoas, tem o dever constitucional de promover a defesa intransigente de todos os direitos dessas comunidades, razão pela qual, não comunga com nenhum tipo de ação discriminatória praticada por qualquer um dos seus membros e servidores”, disse. 

O Grupo Gay de Maceió, um dos representantes do movimento no Estado, apontou que “não é mais possível tolerar esse tipo de atitude, muito menos de uma procuradora que deveria trabalhar em prol dos direitos humanos”. 

“É lamentável ver falas como essas que vemos no vídeo vindas de uma servidora pública que deveria respeitar e proteger as leis! Vamos conversar com a chefia do Ministério Público para entender a situação e vamos também acionar o nosso jurídico e as lideranças nacionais pois essas falas cheias de preconceito não podem ser vistas como apenas um episódio isolado. Precisamos agir para que esse tipo de postura não se repita”, declarou a ONG.

Em nota ao Terra, a procuradora Denise Guimarães disse que sem contextualização a fala proporcionou "inferência de manifestação homofóbica, a qual merece ser efetivamente reparada e repudiada". Ela ressaltou ainda que "na condição de mulher, mãe, irmã, e, avó, jamais ofenderia, deliberadamente, qualquer ser humano, em especial os semelhantes integrantes de comunidade LGBTQI +, ou demais outros grupos minoritários em situação de vulnerabilidade". 

"Assim, destaco com veemência, apesar de não ser esta a natureza do diálogo descontextualizado, externo as minhas sinceras escusas, a quem porventura, tenha se sentido ofendido", explicou em nota.

Sobre a referência bíblia, a procuradora explicou que não desejava desrepeitar.

"A referência bíblica transcrita, reafirmo, não contextualizada, representa a minha crença, mas não implica qualquer desrespeito a liberdade de crença ou não dos seres humanos. Assim, reafirmo o meu compromisso, como mulher, mãe, irmã, avó, e, na condição de integrante do MPAL, de continuar promovendo a defesa dos direitos humanos, com denodo e dedicação, conduta observável nos 40 (quarenta) anos de atividade ministerial", concluiu. 

Fonte: Redação Terra
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