Professora trans tem demissão anulada pela CGU e volta a dar aulas no Instituto Federal do Ceará
Êmy Virgínia Oliveira da Costa foi demitida por se ausentar para assistir aulas do doutorado no Uruguai
CGU anulou a demissão da professora Êmy Virginia Oliveira da Costa, do IFCE, devido a ausências sem justificativa. A docente acredita que sua demissão foi uma "transfobia velada".
A Controladoria Geral da União (CGU) tomou a decisão de anular a demissão da professora Êmy Virginia Oliveira da Costa, do Instituto Federal do Ceará (IFCE). Êmy, que é a primeira docente trans da instituição, foi desligada de suas funções em janeiro deste ano devido a ausências sem justificativa, totalizando 78 dias intercalados ao longo de 2019.
Professora de Letras desde 2016, Êmy voltou a lecionar após o ministro da Controladoria Geral da União, Vinícius Marques de Carvalho, arquivar o processo. De acordo com a professora, que compartilhava sobre a situação ativamente nas redes sociais, as ausências ocorreram devido à sua participação nas aulas de doutorado no Uruguai.
Mesmo assim, a docente continuou desempenhando suas responsabilidades, como confirmado por seus alunos em um abaixo-assinado, que atestou que as aulas foram ministradas e que não houve prejuízo no processo de aprendizagem.
“A servidora Emy Virgínia Oliveira da Costa deverá ser reintegrada ao cargo público federal que ocupava, com efeitos funcionais a partir da data em que foi demitida do serviço público”, diz decisão publicada pela Controladoria Geral da União.
No Instagram, Êmy também compartilhou que sua demissão foi uma “transfobia velada” e agradeceu o apoio durante o processo. “Meu coração está transbordando gratidão. Eu estou tão feliz, uma felicidade tão grande”, escreveu.