Quadrinhos ensinam a combater racismo com Angela Davis
Angela Davis é figura rara: consegue ser relevante já faz mais de meio século
Aos 78 anos, Angela Davis segue sendo referência de militância social. Em combate eterno contra o racismo e o sexismo, nunca deixou de incluir a luta de classes em sua visão. Ex-comunista, é inspiração para várias gerações desde os anos 70.
Em uma visita ao Brasil em 2019, reuniu mais de 15 mil pessoas para ouvi-la, a maioria jovens. Recentemente deu entrevista para Maju Coutinho na TV Globo.
Angela sentiu na pele o preconceito, desde criança.
Nasceu em Birmingham, no Alabama, palco de muitas disputas entre brancos e negros. Estudou em escola segregada. Adolescente e escoteira, já marchava contra a segregação racial.
Lançamento para o mês da Consciência Negra, a nova HQ "Angela Davis" se concentra nos seus anos de juventude e radicalização, do final dos anos 60 aos primeiros anos 70. Da universidade de San Diego à prisão, passando por Cuba e muita coisa entre isso.
É um álbum em quadrinhos para leitoras e leitores de todas as idades, mas especialmente interessante para jovens, pela arte estilosa, pela narrativa com vários saltos no tempo, e pelo foco nos anos de formação de Angela. Surpresa: as autoras são duas italianas, Mariapaola Pesce e Mel Zohar.
Complementa tematicamente muito bem outro quadrinho muito educativo lançado também pela Conrad este ano, "O Partido dos Panteras Negras". Devagar ― mas cada vez mais rápido ― as editoras vão aumentando seus catálogos com gibis que equilibram didatismo e qualidade estética, história e entretenimento. "Angela Davis" é assim, e conto mais neste vídeo...
(*) André Forastieri é fundador da plataforma Homework e da Compasso, agência de conteúdo e conexão. Conheça nossas soluções de comunicação!