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Quarta estagiária é demitida de escritório de advocacia após ser acusada de atos racistas em jogos universitários em SP

O escritório Machado Meyer confirmou demissão da estudante Marina Lessi de Moraes

19 nov 2024 - 15h32
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Resumo
Estudante de Direito da PUC-SP é demitida do estágio após participar de atos racistas contra alunos negros cotistas da USP durante os Jogos Jurídicos Estaduais em Americana, São Paulo.
As demissões aconteceram após estudantes das duas universidades se juntarem para identificar as pessoas envolvidas nos atos discriminatórios
As demissões aconteceram após estudantes das duas universidades se juntarem para identificar as pessoas envolvidas nos atos discriminatórios
Foto: Reprodução: X/leticiachagassp

Uma quarta estudante de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), acusada de participar dos atos racistas contra os alunos cotistas da Universidade de São Paulo (USP) durante jogos universitários, foi demitida do escritório de advocacia onde fazia estágio. 

O caso aconteceu no último sábado, 16, durante os Jogos Jurídicos Estaduais, em Americana, São Paulo, e ganhou repercussão após vídeos dos atos circularem nas redes sociais. Estudantes da PUC gritaram frases pejorativas como “cotistas” e “pobres” contra os estudantes da USP.

7 tipos de racismo para não reproduzir 7 tipos de racismo para não reproduzir

De acordo com o g1, o escritório Machado Meyer demitiu a estudante Marina Lessi de Moraes. A informação foi confirmada pelo Terra NÓS, que procurou o escritório. A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Marina. O espaço segue aberto para manifestações.

“O Machado Meyer Advogados comunica que, alinhado com os seus valores institucionais e o seu compromisso inegociável com a promoção de um ambiente inclusivo e respeitoso, decidiu pelo desligamento da estagiária envolvida no episódio do último final de semana nos Jogos Jurídicos”, informou em nota enviada à reportagem.

As demissões de Marina Lessi, Tatiane Joseph Khoury (escritório Pinheiro Neto), Matheus Antiquera Leitzke (escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi) e Arthur Martins Henry (escritório Castro Barros Advogados) aconteceram após estudantes das duas universidades se juntarem para identificar as pessoas envolvidas nos atos discriminatórios.

Alunos da PUC-SP são acusados de racismo após chamarem de 'cotistas' e 'pobres' estudantes da USP:

O que diz a polícia?

Na última segunda-feira, 18, a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) instaurou um inquérito policial para investigar denúncias de racismo envolvendo alunos da PUC-SP. 

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), as vítimas estão sendo ouvidas. “E os vídeos apresentados estão sob análise da equipe de investigação", informou ao Terra NÓS.

Ministério Público

A co-deputada estadual Letícia Chagas divulgou nas redes sociais que, em conjunto com a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL) e a vereadora Luana Alves (PSOL), protocolou uma denúncia no Ministério Público pedindo a abertura de um inquérito para investigar o caso.

"As referidas ofensas transcendem o ambiente de rivalidade esportiva e configuram um comportamento discriminatório que associa a condição socioeconômica e racial de estudantes cotistas a uma suposta inferioridade", diz o documento da denúncia. "Tais atitudes configuram violação aos direitos fundamentais e ferem diretamente os valores da dignidade humana e da igualdade", ressalta.

Nota das faculdades de direito

As diretorias das Faculdades de Direito da USP e da PUC-SP publicaram uma nota conjunta no último domingo, 17, manifestando seu "repúdio aos lamentáveis episódios ocorridos nos Jogos Jurídicos de 2024", informaram em comunicado.

"Além da responsabilização dos envolvidos, é indispensável avançarmos na direção de políticas preventivas e de acolhimento. Planejamos implementar protocolos que fortaleçam ouvidorias, promovam a prevenção e a educação antirracista e assegurem um ambiente inclusivo e respeitoso para todos os alunos e alunas. Essa é uma demanda frequente da comunidade acadêmica, que exige ações concretas e eficazes."

Ainda no domingo, a PUC-SP divulgou uma nova nota ressaltando que repudia "com veemência toda e qualquer forma de violência, racismo e aporofobia". 

"Nos solidarizamos com os estudantes ofendidos e com todos que presenciaram esse episódio intolerável. Na PUC-SP combatemos o racismo a partir de uma perspectiva antirracista ativa", afirmou.

Fonte: Redação Nós
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