"Quer ser meu escravo?": mãe denuncia racismo contra filho em escola de SP
Patrícia Santos publicou um vídeo nas redes sociais e conta que não é a primeira vez que seus filhos sofrem racismo na escola
Patrícia Santos, uma executiva de RH e especialista em gestão de pessoas, publicou um vídeo nas redes sociais denunciando o racismo que seu filho sofreu na escola. Na ocasião, uma outra criança disse ao menino: "Você não quer ser meu escravo? Deveria ser meu pet".
O filho de Patrícia contou a ela e, então, a executiva usou as redes sociais para falar sobre o assunto. Ela disse que não é a primeira vez que seus filhos sofrem racismo em uma escola de São Caetano do Sul, em São Paulo, e que já chegou a entrar em contato com a escola e com a Secretaria de Educação para cobrar medidas de combate ao racismo.
"Gente, aconteceu de novo… Mais um caso de racismo na escola dos meus filhos. Dessa vez, uma criança branca falou para um deles: ‘Você não quer ser meu escravo?’, em um tom de ‘brincadeira’. Lá fui eu falar com a escola sobre um currículo antirracista na prática, sobre ferramentas de repertório pros meus filhos, que são negros, e para os brancos. Para terem respeito, para que a educação seja de fato antirracista e a gente possa cumprir a Lei 10.639 de ensino e educação para as relações etnico raciais", disse Patrícia.
A executiva fez uma denúncia na escola e também nos órgãos de Justiça de São Caetano do Sul. "Tenho exigido da Secretaria de Educação um projeto pedagógico antirracista, e não só sugestões para os professores de como fazer para lidar com o tema. Não é vitimismo! Não inventamos o racismo, mas vivemos diariamente e queremos dar um basta", disse ela em outras publicações.
Em nota enviada ao Terra NÓS, a Prefeitura de São Caetano do Sul disse que a mãe foi chamada na escola para conversar sobre o ocorrido. "A Prefeitura de São Caetano do Sul repudia qualquer ato de racismo. Reitera, ainda, que já existe uma política antirracista na rede municipal de ensino e os profissionais são capacitados permanentemente para implementá-la. A mãe foi chamada ao diálogo na escola, visando o acolhimento e a garantia de direitos do aluno".