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Racismo contra Títi: Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank comentam condenação de socialite

A atriz e o ator celebraram a sentença contra Day McCarthy, que proferiu ofensas racistas contra a filha do casal em 2017; 'Histórico', disseram

23 ago 2024 - 17h58
(atualizado em 26/8/2024 às 15h43)
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Titi em fotos publicadas por seus pais em comemoração ao seu aniversário, em junho deste ano
Titi em fotos publicadas por seus pais em comemoração ao seu aniversário, em junho deste ano
Foto: Instagram/@gioewbank e Instagram/@brunogagliasso / Estadão

Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank usaram suas redes sociais nesta sexta-feira, 23, para comemorar a sentença da socialite Day McCarthy, que fez declarações racistas conta Títi, em 2017, quando a filha do casal tinha apenas quatro anos. A decisão foi anunciada pela Justiça Federal do Rio de Janeiro. Day foi condenada a 8 anos, 9 meses e 13 dias de prisão em regime fechado.

No comunicado publicado nas redes sociais, o casal destacou a importância da decisão, mas também refletiu sobre as desigualdades no combate ao racismo.

"Hoje, a gente vem celebrar uma vitória contra o racismo. E sabemos que, infelizmente, esta vitória acontece por termos visibilidade e sermos brancos e, portanto, mais ouvidos que a população negra que, desde que foi sequestrada para este país, não para de gritar e sangrar. Nunca é tarde, mas ainda é tarde."

O casal relembrou que Titi, atualmente com 11 anos, tinha apenas quatro quando foi alvo dos ataques racistas. "O crime veio de uma mulher eugenista, que encontrou na internet o ambiente perfeito para proferir violências hediondas - aqui, às vezes, o mundo parece retroceder com ataques às minorias crescendo de modo desmensurado. Demos voz aos idiotas?", questionaram.

Na publicação qual a mulher está sendo conenada, se referia a Titi como uma "macaca", que tinha "cabelo horrível, de bico de palha" e "nariz de preto".

Ainda na declaração, Gagliasso e Ewbank assumem o privilégio que têm, mas destacaram a longa jornada até a condenação, ressaltando que a denúncia formal só pôde ser feita em 2021.

"Mesmo com todos os nossos privilégios, o caminho foi longo: apenas em maio de 2021 conseguimos oferecer uma denúncia. E somente na última quarta-feira, dia 21 de agosto de 2024, sete anos depois, a Justiça Federal do Rio de Janeiro proferiu uma decisão inédita condenando a autora dos crimes por injúria racial e racismo. A pena? 8 anos e 9 meses de prisão em regime fechado."

O casal enfatizou o caráter histórico da decisão, sublinhando que é a primeira vez que uma pena de prisão em regime fechado é aplicada em resposta a um crime de racismo no Brasil. "Sim, estamos em 2024 e essa ainda é a primeira vez. Apesar de tardio, é histórico."

No texto, Gagliasso e Ewbank também agradeceram ao apoio público e à atuação decisiva da Justiça e da Procuradoria da República do Rio de Janeiro, além da advogada Juliana Souza, que acompanhou o caso desde o início. "Como pais, estamos emocionados e agradecemos: a comoção pública foi fundamental para este avanço. Não temos mais nada a declarar, mas seguiremos vigilantes porque o racismo está longe de acabar."

Veja publicação:

Estadão
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