Reynaldo Gianecchini lamenta críticas por peça: 'Psicopata pode, drag queen não'
Ator lida com hostilização do público desde que foi escalado para atuar em 'Priscilla, a Rainha do Deserto'
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Reynaldo Gianecchini, de 51 anos, lamentou nesta quinta-feira, 4, as críticas que vem recebendo por seu desempenho em Priscilla, a Rainha do Deserto - O Musical, em cartaz no Teatro Bradesco, em São Paulo. Para contrapor seu desabafo, ele ainda citou seu papel em Bom Dia Verônica, da Netflix. Na série, ele encarnou Matias Carneiro, um líder religioso que cometia atrocidades, inclusive abusos contra fiéis.
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“Sim, tem muita gente que adora e curte, sim, [o meu trabalho], mas estou recebendo um monte de comentários negativos de gente que confunde meu trabalho com minha vida pessoal e destilam lá toda sua raiva e preconceito. Eu queria falar assim para essas pessoas: ´Tudo bem, né, ser um psicopata, um abusador, não confundiram com minha vida pessoal, mas uma drag queen, sim, muita gente não quer me ver nesse papel. Querem me cancelar. Curioso, né. Quer dizer, um psicopata é legal, uma drag queen não é”, declarou Reynaldo Gianecchini, em vídeo compartilhado em seu perfil no Instagram.
Em um segundo vídeo, Giane continuou o desabafo, enfatizando que trabalho e vida são coisas diferentes. “E pra quem confunde o meu trabalho, os meus personagens, com minha vida pessoal eu digo: 'Eu sou um ator'. Eu realmente não ganho a vida fazendo drag queen, mas se esta fosse a minha escolha eu ficaria muito feliz porque são pessoas e artistas que admiro [as drags]. O que não admiro e jamais queria ser é um cara preconceituoso, um cara que dissemina ódio, raiva, que não acolhe, que não é empático, um cara que vive a vida de verdade. Isso, Deus que me livre”, disse ele, que interpreta Anthony “Tick” Belrose, artista e drag queen, que se apresenta sob a alcunha de Mitzi Mitosis.
Com pouco tempo de sua postagem, o anônimos e famosos mandaram mensagem de apoio ao ator. "Obrigado por nos enaltecer, só nís drag queens sabemos a luta que é para nos manter nesse espaço, dificilmente achamos oportunidade para trabalhos, sem falar na desvalorização no nosso trabalho, trabalhar na noite como personagem não e fácil, por isso muitos desistem dos seus sonho, desistem da arte, ser DRAG e ser artista, ser DRAG é ser livre", escreveu Yago Rabello. "Te amo. Você é foda. Potente. Gigante. Talentoso. E dedicado a arte de atuar e se reinventar. E isso assusta muita gente! Uma inspiração!", comentou Giovanna Antonelli. "Tem gente que se apaixona e se relaciona com seria killer condenado, mas drag não pode. É isso. Pra ver que a causa LGBTQIAPN+ tem um porquê, aliás muitos porquês", comentou um seguidor de Giane.
Reynaldo Gianecchini contra o mundo; entenda
Em abril de 2024, Giane foi confirmado como protagonista de Priscilla, a Rainha do Deserto. Na época, ele foi criticado por fãs por não ser originalmente drag e por 'nunca ter contribuído com a comunidade LGBT+'.
“Essa temática sempre me interessa, apesar de um monte de gente me criticar e falar que não represento nenhuma sigla nem nunca fiz nada pela comunidade. As pessoas esquecem que eu já falei que sou pansexual, que já tive romances com homens e mulheres. Dizem: ‘Por que ele não sai logo do armário?’. O que mais querem? Detalhes da minha vida íntima? Não vão ter”, disse Gianecchini, na época, ao O Globo.
Dias antes da estreia, o ator postou em suas redes sociais um vídeo ensaiando voguing, gênero dança conhecido no universo LGBT+. Muitos acharam a performance ruim e contestaram novamente a escalação dele para o projeto. Para a revista Wow, o ator disse que foi muito tempo 'massacrado com a cobrança da comunidade em relação a tudo, inclusive sua sexualidade'. “Enfim, não tenho que falar falando sobre isso, não quero convencer ninguém, mas foi muito cruel [o que fizeram comigo]”.
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