Ronnie Lessa diz que encontrou mandantes após morte de Marielle: 'Não ia dar em nada'
Ex-policial militar está preso desde março de 2019 por suspeita de envolvimento no assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes
A delação do ex-policial militar Ronnie Lessa, homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na terça-feira, 19, foi fechada após uma série de depoimentos documentados em vídeo e áudio, conforme informações da TV Globo e GloboNews.
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As conversas com o ex-militar, que é um dos suspeitos de participação na morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, ocorreram no presídio federal de Campo Grande (MS), onde ele cumpre pena desde março de 2019.
Nos depoimentos, Ronnie Lessa disse que se reuniu a sós com os dois mandantes do assassinato de Marielle Franco e que teria ouvido sobre o interesse em contratá-lo para cometer o crime.
Segundo às emissoras, o acusado ainda deu detalhes do local e duração da reunião. Ele contou que se despediu dos mandantes com um aperto de mão. Após cerca de três semanas do encontro, Ronnie Lessa cometeu o atentado contra a parlamentar.
O ex-militar disse que reencontrou os mandantes após o crime por conta da comoção e repercussão do caso. Durante a delação, Ronnie Lessa assumiu ter ficado preocupado com a pressão da sociedade para identificar os assassinos e temia que fosse descoberto.
Na ocasião, o acusado ouviu dos mandantes que deveria ficar tranquilo, pois a investigação em curso não ia dar em nada. Com isso, o ex-militar sugeriu que os mandantes tinham informações privilegiadas de pessoas que estavam investigando o crime.
Em agosto de 2023, Ronnie Lessa resolveu falar após tomar conhecimento que Élcio de Queiroz estava colaborando com a investigação da Polícia Federal e do Ministério Público. Diante disso, Lessa revelou que os mandantes são integrantes de um grupo político influente no Rio de Janeiro. O ex-militar detalhou os encontros e indícios sobre as motivações do crime. Todas as informações passaram a ser apuradas pelos policiais e membros do MP.
Com a consolidação da delação premiada, o caso foi para o STF por conta da suspeita de envolvimento de parlamentares do Congresso Nacional. Diligências ainda estão sendo realizadas para o fechamento da investigação e atribuição criminal aos envolvidos no assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes.