Santa das mulheres espancadas e traídas: a história que transformou uma vítima em figura de veneração
Isabel Maria da Conceição foi morta pelo marido em 1929, aos 28 anos, após cortar o cabelo sem a permissão dele
Isabel Maria da Conceição, conhecida como a 'santa das mulheres espancadas e traídas', se tornou um símbolo de resistência à violência doméstica no Ceará.
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Isabel Maria da Conceição, conhecida como a "santa das mulheres espancadas e traídas" e finada Isabel, tornou-se um símbolo de resistência à violência doméstica no Ceará. Sua história, marcada por sofrimento e injustiça, se transformou em fé para muitos devotos, especialmente mulheres que enfrentam situações de abuso.
Isabel nasceu em 1901, em Guaraciaba do Norte, e era casada com Antônio Raimundo Nonato da Silva, conhecido como Zé Passarinho, com quem teve um único filho, Antônio Raimundo da Silva.
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O casamento foi marcado por ciúmes excessivos de Raimundo, que acreditava que a esposa o traía, especialmente após Isabel cortar o cabelo sem sua permissão. Este gesto simples foi interpretado pelo marido como uma afronta, o que levou a um ataque brutal.
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Em 11 de outubro de 1929, Raimundo levou Isabel, que tinha 28 anos na época, até Ladeira Grande, entre Guaraciaba do Norte e Reriutaba, onde a esfaqueou até a morte na frente do filho de apenas três anos.
Após o crime, o corpo de Isabel foi jogado em um penhasco, mas, segundo a crença popular, seu corpo ficou preso em uma árvore, que continuaria intacta até hoje. Raimundo foi embora do local e abandonou o filho, que teria voltado sozinho para casa.
Logo após sua morte, a história de Isabel ganhou força entre os moradores da região. Seu assassinato cruel e a injustiça que sofreu a tornaram uma figura de veneração. No local onde ela foi assassinada, uma capela foi construída, tornando-se um ponto de devoção.
-rl7vgh2yyeee.jpg "Uma capela foi construída no local em que Isabel Maria da Conceição foi morta pelo marido")
A oração dedicada a Isabel invoca sua intercessão em favor de mulheres espancadas e traídas. Fiéis deixam fotos, roupas e outros itens no altar como agradecimento pelas graças que acreditam ter recebido através de sua intercessão.
Além de mulheres, homens também procuram o auxílio de Isabel, pedindo emprego, saúde e outras coisas. A crença de que a "alma da santa" pode proteger e curar permanece viva na memória popular, especialmente nas cidades vizinhas a Guaraciaba do Norte. A figura de Isabel representa, para muitos, a esperança de justiça e amparo para aqueles que enfrentam a violência em suas vidas.
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