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"Se fosse branco, não faria", diz segurança ao perseguir homem negro

Caso ocorreu em 28 de janeiro de 2021, dois meses depois da morte de Beto Freitas em Porto Alegre; vítima pede indenização por danos morais

5 mai 2022 - 09h43
(atualizado às 12h25)
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Carrefour é acusado por discriminação racial em unidade de SP
Carrefour é acusado por discriminação racial em unidade de SP
Foto: Imagem: Google View / Alma Preta

Roberto*, homem negro de 46 anos, foi perseguido por seguranças do Carrefour, no dia 28 de janeiro de 2021, na unidade de São Caetano do Sul, em São Paulo. Durante todo o percurso, Roberto foi seguido por seguranças da rede de alimentos. O fato ocorreu dois meses depois do assassinato de Beto Freitas por um segurança, na unidade do supermercado de Porto Alegre.

Roberto foi seguido antes e depois do pagamento das compras no caixa. A atitude do segurança e o constrangimento gerado fizeram Roberto questionar o porquê da atitude. Depois de interrogado, o funcionário do Carrefour disse que "não confiava em ninguém e que estava executando seu trabalho".

Roberto então perguntou se o segurança faria essa ação se ele fosse um homem branco. "Eu estou fazendo isso porque você é preto, se fosse branco eu não faria", explicou o funcionário do Carrefour. O cliente então se dirigiu ao supermercado para prestar uma queixa sobre o fato e na sequência foi ao 1° DP de São Caetano do Sul registrar o ocorrido. O Boletim de Ocorrência não tem natureza criminal.

A defesa de Roberto, representada pelo advogado Fernando Floriano, pede o ressarcimento da compra, no valor de R$ 71,00, e indenização por danos morais, de R$20 mil. Há também o pedido ao acesso às câmeras de segurança da unidade, no horário das 16h40, quando o fato ocorreu para comprovar a situação. O Carrefour diz "não possuir provas a serem produzidas", quando interrogado sobre as câmeras de segurança, afirma ser contrário ao pagamento das compras, pelo fato dos produtos não terem qualquer defeito e Roberto ter os levado para casa.

Depois do processo, o Carrefour não se pronunciou acerca de uma possível audiência de conciliação e foi intimado pela juíza Ana Paula Marson a apresentar a defesa. Na peça, o advogado do Carrefour, Maurício Domingues do escritório Lopes Domingues Advogados, reafirma a inexistência de provas por parte de Roberto e reitera que, no boletim de ocorrência, não houve qualquer menção à discriminação racial. No registro na polícia, a vítima diz ter sido acompanhada pelo segurança e que o funcionário do supermercado disse "não confiar em ninguém". O marcador racial aparece no processo movido contra o Carrefour.

A juíza questionou as partes sobre a apresentação de testemunhas para se marcar uma audiência sobre o caso e assim decidir a sentença.

Beto Freitas

Beto Freitas, 40 anos, foi espancado por seguranças do Carrefour em 19 de Novembro de 2020. Ele foi morto em uma das unidades de Porto Alegre. No processo, o autor da denúncia faz uma memória ao caso de Beto Freitas, para sinalizar não ser uma atitude isolada do Carrefour.

"Infelizmente, o Autor foi mais uma vítima de tantos casos existentes em nosso país e justamente no estabelecimento da Ré, que por vezes tem seu nome atrelado a casos semelhantes como o recentemente divulgado pelas mídias, também cometido por um segurança de uma das unidades deste supermercado em que a vítima até perdeu sua vida, causando comoção nacional", diz o processo.

Alma Preta
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