"Se há algo que corrói a democracia brasileira hoje é o discurso de ódio", diz Hédio Silva Jr.
Advogado comanda o videocast "Crer ou Não Crer!" sobre fé e direitos humanos; último episódio será lançado nesta quarta-feira, 28
Hédio Silva Jr., advogado das religiões afrobrasileiras no Supremo Tribunal Federal (STF) e ex-Secretário da Justiça do Estado de São Paulo, comanda o videocast "Crer ou Não Crer!", que terá o último episódio da primeira temporada lançado nesta quarta-feira, 28, em uma conversa sobre ancestralidade com Glicéria Tupinambá e Luana Xavier.
Realizado pela JusRacial em parceria com o YouTube Brasil, o videocast debate temas como direitos humanos, cidadania, religião e intolerância.
Segundo Hédio, a seleção para os entrevistados considerou, principalmente, a questão da representatividade. "Se há algo que corrói a democracia brasileira hoje é o discurso de ódio. Na seleção de entrevistados tivemos a pretensão de alcançar a maior representatividade possível no campo da crença e da descrença, porque o Brasil configura uma rica geografia de identidades culturais, étnicas e religiosas, e isso é um patrimônio", disse à imprensa.
Ao longo de dez episódios, Hédio conversa com convidados como o filósofo e líder indígena Ailton Krenak, o comediante Yuri Marçal, o rapper Rincon Sapiência, a atriz Mônica Martelli e o ator e diretor Luís Miranda.
O pastor João Paulo Berlofa, o babalorixá e professor Sidnei Nogueira, a rabina Fernanda Tomchinsk, a chef e iabassê do candomblé Carmem Virgínia, e a jornalista e doutora em Ciência da Religião Cláudia Alexandre também participam.
Erika Alvarez, Gerente de Políticas Públicas do YouTube, ressaltou que a plataforma trabalha em ações contra o discurso de ódio. "A intolerância religiosa é um problema grave, e no YouTube trabalhamos continuamente para aplicar políticas contra discurso de ódio e assédio de forma eficaz. Também investimos em ações de incentivo à criação de conteúdo de qualidade que combata essas práticas", contou.
Está no ar
No segundo episódio, de um total de nove já lançados, Ailton Krenak foi um dos convidados para falar sobre coexistência e cidadania. "Fico honrado de fazer parte de uma linhagem de gente que não se esqueceu quem é. A gente não pode concordar que civilização é a coisa que os europeus inventaram, né?", disse ele.
O ator Luiz Miranda esteve presente no quarto episódio, falando sobre liberdade de expressão e proibição de incentivo ao preconceito. "A Bahia tem um negócio que você [diz que] não é macumbeiro, mas dá caruru no Cosme e Damião. Então tem uma sensação muito maluca de ser ou não ser, de crer ou não crer", comentou na ocasião.
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