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Segunda mulher concursada do Brasil e botânica: conheça a responsável pelo voto feminino no país

Bertha Lutz foi uma das quatro mulheres a assinarem a Carta da ONU, que rege as relações internacionais no mundo até hoje

24 fev 2024 - 05h00
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Bertha foi pioneira na luta pelos direitos das mulheres no Brasil
Bertha foi pioneira na luta pelos direitos das mulheres no Brasil
Foto: Wikimedia Commons/Public Domain

Os homens podem votar no território nacional desde o ano de 1532. Mas só eles têm esse histórico de 492 anos com eleições. Para as mulheres, o direito só foi consolidado 1932, apenas 92 anos atrás. Essa, que é uma das mais importantes lutas femininas, é relembrada todos os anos em dia 24 de fevereiro, Dia Nacional da Conquista do Voto Feminino. E uma das responsáveis por essa "recente" conquista foi a paulista Bertha Lutz.

É ela que, hoje, dá nome ao prêmio Diploma do Senado, que reconhece anualmente pessoas que contribuíram ativamente na defesa dos direitos da mulher e questões do gênero no Brasil, em qualquer área de atuação. Já receberam a premiação personalidades como a escritora e filósofa Sueli Carneiro, a médica e fundadora da Pastoral da criança Zilda Arns e a atriz Elisa Lucinda. 

Nascida Bertha Maria Júlia Lutz, em São Paulo, no ano de 1894, estudou seus primeiros anos na cidade. Aos 24 anos, ela fez sua graduação na prestigiada Faculdade de Ciências da Universidade de Paris, a Sorbonne, onde se formou em Botânica, Ciências Naturais, Zoologia, Embriologia, Química e Biologia. 

Foi nesse período que conheceu o movimento feminista e, ao retornar ao Brasil, trouxe consigo ideias e práticas das sufragistas inglesas. 

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Em 1918, Bertha se tornou a segunda mulher funcionária pública do país, como secretária do Museu Nacional, importante órgão de pesquisa do Rio de Janeiro. Por lá, fez carreira e se tornou naturalista da seção de botânica. 

A paulista fundou a "Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher", posteriormente chamada de "Federação Brasileira para o Progresso Feminino", e passou a lutar pelos direitos das mulheres, como o voto, a admissão de meninas em colégios masculinos e a licença-maternidade. 

Bertha Lutz ainda fundou a "União Profissional Feminina" e a "União das Funcionárias Públicas". Em 1934, candidatou-se na legenda do Partido Autonomista do Distrito Federal à Câmara dos Deputados onde obteve a primeira suplência e, no ano seguinte, ocupou a cadeira após a morte do titular, o deputado Cândido Pessoa. 

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Além de percorrer o Brasil lutando pelo voto feminino, Bertha foi a única mulher na delegação da Organização das Nações Unidas (ONU) para a escrita da Carta da ONU. Em 1945, ela foi uma das quatro mulheres a assinarem o documento, que estabeleceu organização e diretrizes de relações internacionais vigentes até hoje. No total, 52 países assinaram a carta. 

Bertha viveu até os 82 anos, morrendo em 1976 em um asilo no Rio de Janeiro, por conta de uma pneumonia aguda. Ela não deixou filhos, porém seu legado é vivido na prática por mais de 82 milhões de brasileiras que puderam votar nas últimas eleições, em 2022, no Brasil. 

Fonte: Redação Nós
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