Seis parlamentares lésbicas são ameaçadas de estupro corretivo: "Sua presença não será mais tolerada"
Ameaças foram feitas por e-mail no Mês da Visibilidade Lésbica
A deputada federal Daiana Santos (PCdoB-RS) registou na última terça-feira, 22, um boletim de ocorrência após receber e-mail com uma ameaça de estupro "corrertivo".
- Daiana foi uma das seis parlamentares a receber a ameaça. Além dela, as deputadas estaduais Rosa Amorim (PT-PE) e Bella Gonçalves (PSOL-MG) e as vereadoras do PSOL Iza Lourenço (MG), Mônica Benício (RJ), viúva da vereadora Marielle Franco, e Cida Falabella (MG) também foram ameaçadas.
- Além dos "estupros corretivos", nome dado ao crime de estupro que tem como intuito "reverter a homossexualidade", as parlamentares foram também ameaçadas de morte. No calendário da diversidade, agosto é o Mês da Visibilidade Lésbica. É um período para celebrar as pessoas com essa orientação sexual e reforçar a luta por igualdade, direitos e inclusão.
- “Estupro corretivo é infelizmente uma realidade para nós mulheres lésbicas, que é numa sociedade que acha que o corpo da mulher deve ser exclusivamente posse de um homem, quando isso foge a essa norma, isso é tido como uma aberração", afirmou Mônica Benício para a Agência Brasil.
- Segundo o Jornal O Globo, as ameaças começaram no dia 08, com um e-mail enviado à Bella Gonçalves. Na primeira mensagem, o autor teria pedido para que ela renunciasse a seu mandato e teria escrito: “Seremos breves: você é lésbica e por isso sua presença não será mais tolerada”.
- A Delegacia Especializada de Repressão a Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin), em Brasília já começou as investigações dos casos das parlamentares que se encontram no Distrito Federal.