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“Somos o primeiro restaurante adaptado para autistas do Brasil”

Empresários modificam ambiente e cardápio para receber bem famílias atípicas

9 nov 2022 - 05h00
(atualizado às 08h14)
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Vinicius Kelli Longaray repensaram o negócio da família para torná-lo mais inclusivo e acolhedor ao filho Enzo Gabriel, de 5 anos
Vinicius Kelli Longaray repensaram o negócio da família para torná-lo mais inclusivo e acolhedor ao filho Enzo Gabriel, de 5 anos
Foto: Arquivo pessoal

O convívio com o filho Enzo Gabriel, 5 anos, fez com que o empresário Vinicius Longaray e sua esposa e sócia Kelli Longaray repensassem o negócio da família, um restaurante em Guaíba, no Rio Grande do Sul. Com diagnóstico de transtorno do espectro autista (TEA) e transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), o pequeno é hiperativo e tem dificuldade de ficar quieto. O TEA é um distúrbio no desenvolvimento do cérebro que afeta o relacionamento social e também com o ambiente.

“Meu filho é muito hiperativo, não fica quieto, então a gente tinha dificuldade de sair com ele. Se eu fosse em um lugar sem área kids, não conseguia comer. Ele não fica sentado. Ele corre, vai até a mesa de outras pessoas. Nesse contexto todo, o pessoal já olha torto. Também acontecia do Enzo fazer birra, que não é birra de verdade, é um traço do autismo. As pessoas acabam tendo um olhar preconceituoso e enxergam a criança como mimada e birrenta”, conta Vinicius. 

Um dia, Vini, como é conhecido na cidade, estava no seu restaurante e uma cliente pediu que ele fechasse o portão porque o filho, que também é autista, não ficava quieto. Ele conta que fechou o portão sem hesitar e ela, no dia seguinte, fez uma postagem de agradecimento no instagram.

Restaurante conta com fones de ouvidos para abafar os sons que podem ser usados por crianças sensibilidade auditiva
Restaurante conta com fones de ouvidos para abafar os sons que podem ser usados por crianças sensibilidade auditiva
Foto: Arquivo pessoal

“Eu sou muito religioso e entendi porque Deus me mandou um filho autista. Consegui ver que isso iria transformar o nosso negócio. Foram vários dias tendo ideias do que poderia ser feito pela nossa experiência como pais do Enzo e também buscando informações. Durante três meses, planejamos e pesquisamos sobre a alimentação preferida de crianças atípicas, os melhores brinquedos e outras várias adaptações que poderiam ser feitas”, lembra Vini.

Hoje, o local, que não é exclusivo para clientes autistas, tem estrutura para receber e acolher famílias atípicas. Entre os itens adaptados estão brinquedos direcionados, fones de ouvidos para abafar os sons que podem ser usados por crianças sensibilidade auditiva, som ambiente bem suave (que pode ser desligado a pedido dos clientes), avisos sobre características do autismo em diversos locais e espaço kids com mesas próximas para que os pais possam comer bem perto das crianças e também com uma porta que pode ser fechada, caso seja necessário, para maior conforto e segurança dos clientes.

Local conta com cardápio que pode ser personalizado, avisos sobre características do autismo e espaço kids com mesas próximas dos pais
Local conta com cardápio que pode ser personalizado, avisos sobre características do autismo e espaço kids com mesas próximas dos pais
Foto: Arquivo pessoal

Além disso, uma parte importante da adaptação foi o cardápio. Como muitas crianças autistas são seletivas com a alimentação, Vini indica os itens disponíveis e cada família pode montar o prato da criança livremente. “Eu não tenho lucro nessa parte do cardápio. Sei que, com a família se sentindo acolhida, o pai e a mãe irão consumir. Não preciso desse ganho do cardápio kids”, conta o empresário.

O empresário, que hoje é vice-presidente da Associação Autista Guaibense, ressalta que não conhece outro estabelecimento com a mesma proposta. “Somos o primeiro restaurante pensado para autistas do Brasil. De toda a pesquisa que eu fiz, não encontrei nenhum outro. Quem vem uma vez, volta. Estamos a 30 quilômetros de Porto Alegre e recebemos clientes de toda a região metropolitana. Muita gente vem de longe. A ficha ainda nem caiu da proporção que se tornou isso”.

Fonte: Redação Nós
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