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Suspeito de matar namorada no Rio foi amarrado após suposta agressão de traficantes

No vídeo, suspeito é visto saindo de uma van com braços amarrados; ele teria sido julgado e espancado por traficantes da Rocinha

31 ago 2023 - 11h26
(atualizado em 4/9/2023 às 12h01)
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Um vídeo divulgado pelo SBT mostra o suspeito de matar a namorada Jenifer Carvalho Paes, de 19 anos,  com as mãos amarradas, saindo de uma van da Rocinha, no Rio de Janeiro. Ele era conduzido por um policial, após supostamente ter sido espancado por traficantes da comunidade.

Segundo fontes informaram à emissora, nesta quarta-feira, 30, Gabriel Oliveira Leal, de 22 anos, foi encaminhado pela polícia para um hospital e segue em observação. Gabriel teria sido caputrado pelo tribunal do crime por traficantes, que o espancaram e o colocaram em uma van, para que fosse levado da comunidade da Rocinha. 

De acordo com o SBT, Gabriel estava muito ferido, com os dois braços quebrados e escoriações no rosto. A arma e o celular dele foram apreendidos pela polícia.

Em depoimento na delegacia, o suspeito afirmou que teve uma briga com a namorada pouco antes de ela morrer, mas negou tê-la matado. Ele alega que a jovem tirou a própria vida. Exames do Instituto Médico Legal, no entanto, apontam que havia pele embaixo da unha de Jenifer, indicando que houve luta corporal. 

As investigações sobre o caso continuam. Ao Terra, a Polícia Civil informou que os agentes aguardam o resultado dos laudos e realizam diligências para esclarecer todos os fatos. "A unidade ressalta que não descarta nenhuma linha de investigação", diz o posicionamento da corporação.

Agressões, ciúmes e cárcere privado

Jenifer foi encontrada morta com um tiro no peito nesta segunda-feira, 28. Duas semanas antes, ela ligou para o pai contando que havia sido agredida pelo namorado e dizendo que precisava de dinheiro para deixar a casa onde morava com o suspeito. A informação foi dada por Rodrigo Carvalho Teixeira, o pai dela, em entrevista ao Jornal Extra

De acordo com Rodrigo, ele ficou preocupado com ligação da filha e pediu que ela saísse do imóvel e voltasse para casa, em Irajá, na Zona Norte. No entanto, alguns dias depois, Jenifer desistiu de deixar o local onde estava morando e continuou com o namorado. 

Nesta segunda, a jovem foi encontrada morta na casa em que vivia com o namorado há cerca de um mês. Ela o conheceu no Morro do Juramento, onde a mãe dela mora com os seus irmãos. Foi o pai que achou a filha já sem vida. 

"Nem janelas tinha [na casa que ela morava com o namorado], nem TV. Nada. Parecia um cativeiro", disse o pai ao jornal. "Eu e a mãe dela já tínhamos alertado Jenifer sobre o relacionamento com esse rapaz. Ele tem envolvimento com o tráfico. Cheguei a colocá-la para fora de casa uma vez por causa do envolvimento com esse rapaz, mas não adiantou", lamentou.

A avó da jovem, Thania Leandro Paes, disse em entrevista à TV Globo que o homem teria ligado para a mãe de Jenifer dizendo: "Vai buscar tua filha, que ela tá morta", após cometer o crime.

"Ela era uma menina bonita, trabalhadora, estudiosa. Eu criei ela até os 12 anos. Ele espancava ela, batia nela, mas a gente não sabia de nada! A última vez que ela falou com o pai foi para pedir dinheiro dizendo que estava passando fome", contou a avó.

Segundo familiares e amigos, Jenifer era mantida em cárcere privado, mas a situação só foi revelada depois que uma amiga desconfiou do sumiço da jovem.

"Ele deixava ela trancada, mantinha em cárcere privado, sem celular, sem uma televisão, sem geladeira, sem contato. Ele deixava ela com fome. Ela anotava tudo que ela passava em um caderno, era só isso que ela tinha. Foi a amiga dela que ajudou a gente a encontrar onde estava o corpo, ela que achou. Ela não tinha a liberdade de conversar com ninguém. Uma vez ela contou para o pai que ele [o namorado] tinha batido nela, e ela estava com a cabeça machucada. Todos dissemos que ela podia voltar para a nossa casa, ficar com a gente", relatou a avó durante o enterro da neta.

Fonte: Redação Terra
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