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Tecnologia como ferramenta de resistência e valorização da diversidade para consciência e inclusão

Evento em São Paulo propôs inteligências artificiais treinadas em línguas indígenas, blockchains que registram nomes sociais e sistemas redesenhados de forma coletiva para eliminar opressões, como o reconhecimento facial que não entende identidades diversas; 'Non-Binary Code' reuniu lideranças LGBT, indígenas, pretas e periféricas; um dos paineis abordou a qualidade de vida das pessoas com deficiência.

20 mar 2025 - 15h01
(atualizado às 23h33)
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"Imaginem um futuro onde inteligências artificiais são treinadas em línguas indígenas, blockchains registram nomes sociais como atos irrevogáveis de resistência e a tecnologia deixa de ser um mecanismo de vigilância para se tornar uma ferramenta de emancipação", disse Jackson Cruz Magalhães, homem trans e quilombola, na abertura do 'Non-Binary Code', primeiro evento do Brasil de tecnologia com foco na diversidade de gênero.

O encontro ocupou no último sábado, 15, a Galeria Olido, no prédio da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, e reuniu quase 100 pessoas, entre lideranças LGBTQIAPN+, indígenas, pretas e periféricas. Um dos destaques foi a plataforma Transistor, criada por desenvolvedores trans, que usa NFTs - ativos digitais de obras de arte, músicas, vídeos, tweets, imóveis e outras propriedades - no financiamento de cirurgias de afirmação de gênero para pessoas trans.

Gabriela Luz, travesti e indígena, de Belém (PA), também na abertura, destacou a importância da tecnologia servir a quem realmente precisa, ser transformada, ressignificada e reprogramada para mais consciência e inclusão. "O futuro é fluido, pulsa nas redes e nas ruas", declarou.

O evento discutiu a inclusão essencial de mais pessoas trans no desenvolvimento de tecnologias para corrigir distorções e como a programação pode ser usada para desmantelar estruturas opressoras, a exemplo dos sistemas de reconhecimento facial que ainda falham ao lidar com identidades trans e pretas.

Explorou também o impacto da inteligência artificial e do movimento maker na democratização da tecnologia, com apresentação de um software de código aberto para a criação de cenografias e mobiliário - usado na Fab Lab Livre SP, que oferece fabricação digital, com ferramentas flexíveis controladas por computador -, além de uma demonstração de inteligência artificial na gamificação da educação e o que ela pode oferecer para a melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiência.

A reprogramação do mercado e da sociedade foi tema de um debate que enfatizou projetos não funcionais que geram perda econômica, além da necessidade da criação de novas instituições ao invés da reforma de sistemas historicamente excludentes.

Em uma conversa sobre saberes tradicionais, ampliação da capacidade criativa e novas perspectivas de realidade, bem-estar e transformação pessoal, especialistas e ativistas discutiram o uso de plantas medicinais e psicodélicas para influenciar a conexão do indivíduo com a coletividade, e o resgate de práticas ancestrais para abrir novos caminhos de inovação e resistência.

Vídeo com a íntegra do encontro será publicado no YouTube. Outros detalhes, inclusive a lista de palestrantes e de apoiadores institucionais, estão na página oficial do evento: non-binarycode.com.

Estadão
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