Thiago Brennand paga fiança e é solto após ser preso pela Interpol nos Emirados Árabes
Herdeiro era considerado foragido por agredir uma mulher em uma academia de São Paulo desde setembro, mas foi preso na última quinta-feira
O herdeiro e empresário brasileiro Thiago Brennand, preso em Abu Dhabi sob suspeita de crimes sexuais e a acusado de agressão a uma modelo em São Paulo, foi solto após pagar fiança. Brennand era considerado foragido de setembro até a última quinta-feira, 13, quando foi capturado pela Interpol nos Emirados Árabes.
Segundo informações divulgadas pela TV Globo, além de pagar fiança, o herdeiro teve de informar endereço fixo e se comprometeu a não deixar o país sem comunicar a Justiça e comparecer a audiências sempre que solicitado. Com isso, ele vai responder ao processo de extradição em liberdade.
A prisão aconteceu na quinta, em um hotel em Abu Dhabi. Brennand foi para os Emirados Árabes após virar réu no Brasil ao aparecer em um vídeo agredindo a modelo Alliny Helena Gomes em uma academia na capital paulista.
A Justiça determinou que Thiago retornasse, mas ele não obedeceu. Em 27 de setembro, teve a prisão decretada por não ter se apresentado e entregue o passaporte.
Além deste caso, ao menos outras 15 mulheres registraram denúncias contra Brennand. Ele está sendo investigado por crimes sexuais pelo Ministério Público de São Paulo, assim como por suspeitas de lesão corporal e corrupção de menores - pois ele teria incentivado seu filho a ofender a modelo que agrediu.
Novas denúncias
Novas denúncias foram apresentadas ao Ministério Público de São Paulo contra o empresário após a prisão, e referem-se a uma única vítima - a mulher de Recife que foi mantida em cárcere privado e teve as iniciais do agressor tatuadas em seu corpo.
Apenas contra a vítima de Recife, o MP aponta que o empresário cometeu o crime de estupro cinco vezes, além de cárcere privado, tortura e lesão corporal gravíssima - esses relacionados ao uso de força para tatuar suas iniciais na mulher.
A promotoria apontou ainda constrangimento ilegal praticado três vezes, ameaça (quatro vezes) e coação no curso do processo - para obrigar a vítima a retirar a queixa -, além de registro não autorizado de intimidade sexual e divulgação de cena de estupro ou sexo (oito vezes). Somadas, as penas previstas para esse conjunto de crimes podem chegar a 70 anos de prisão - cada estupro, por exemplo, tem pena prevista de 6 a 10 anos.
Processo de extradição
Advogados das vítimas do empresário vão acompanhar de perto o processo de extradição e repatriação do acusado, que deve responder pelos crimes no Brasil.
A advogada Gabriela Manssur, que representa algumas das vítimas, diz que solicitará "providências necessárias ao Ministério da Justiça, ao Ministério de Relações Exteriores e ao Ministério Público a imediata repatriação de Thiago Brennand, para que aqui no Brasil seja aplicada a lei".
A advogada celebrou a prisão do empresário no exterior. Para ela, isso é uma prova de que "ninguém está acima da lei".