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USP cria pró-reitoria de inclusão, direitos humanos e diversidade

Novo órgão buscará aumentar diversidade e equidade dentro da universidade, principalmente no corpo docente

4 mai 2022 - 00h21
(atualizado às 07h45)
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O Conselho Universitário da Universidade de São Paulo (USP) aprovou nesta terça-feira, 3, a criação da Pró-reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP). Na prática, o novo órgão acumulará funções da Superintendência de Assistência Social e o Escritório USP Mulheres, além de acolher demandas mais históricas como políticas de reparação, memória e justiça, buscando diversidade e equidade.

O novo órgão atuará a partir de cinco eixos: Vida no campus; Saúde mental e bem-estar social; Mulheres, relações étnico-raciais e diversidade; Formação e vida profissional; Direitos Humanos e políticas de reparação, memória e justiça. O novo braço da mais importante universidade do Brasil foi aprovado com 102 votos a favor, duas abstenções e nenhum voto contra.

Durante a reunião do conselho, o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior destacou que as pró-reitorias são órgãos criados a partir da década de 1980. E que as únicas obrigatórias são a Pró-reitoria de Graduação e a de Pós-Graduação. Mas, ao longo dos anos, o contexto social implicou em mudanças na universidade.

USP é a mais importante Universidade da América do Sul
USP é a mais importante Universidade da América do Sul
Foto: SERGIO CASTRO/ESTADÃO

"Considerando a mudança social, da universidade, uma relação maior que precisamos ter com a sociedade, é que estamos propondo a criação da pró-reitoria", justificou Carlotti Junior. E acrescentou: "Precisamos coordenar essas ações de forma mais eficiente e apoiar de forma mais incisiva. Chegamos até aqui, mas precisamos caminhar mais longe, com maior inserção das atividades no cotidiano da universidade. Não podemos tratar a universidade descolada da sociedade que estamos vivendo".

Professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), Ana Lanna será a pró-reitora do novo órgão. A docente ressalta que a Pró-reitoria de Inclusão e Pertencimento foi uma das bandeiras encampadas durante a campanha de Carlotti Junior e une muitos serviços à comunidade acadêmica quje estavam espalhados, mas agora estão centralizados em um único órgão para professores, alunos e servidores. Um dos desafios a serem enfrentados, afirma Lanna, é diversificar o perfil do corpo docente da USP.

"Conversamos muito com a comunidade acadêmica para desenhar um projeto acolhedor, participativo e que as pessoas se reconhecessem nele. Apenas uma pequena estrutura estará na Reitoria da USP, mas teremos representantes em todas as estruturas da universidade acolhendo e nos repassando as demandas", disse. Miriam Debieux Rosa, professora do Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia (IP), será pró-reitora adjunta.

De acordo com a pró-reitora, cada unidade da USP criará uma comissão para garantir a capilaridade da Pró-reitoria de Inclusão e Pertencimento. "A ideia é mobilizar e se organizar para potencializar e melhorar os programas que já fazemos há bastante tempo." A pró-reitoria ainda não tem orçamento próprio. O valor ficará definido a partir do segundo semestre, quando haverá o planejamento para o ano seguinte.

Eixos da Pró-reitoria de Inclusão e Pertencimento

Vida no campus

- Valorizar a convivência e atividades de integração na Universidade;

- Oferecer assistência aos estudantes em situação de vulnerabilidade;

- Promover ações afirmativas para discentes, servidores técnicos e administrativos e docentes;

- Incentivar ações de memória relacionadas ao Crusp, às creches e aos restaurantes universitários.

Saúde mental e bem-estar social

- Valorizar a convivência, o bem-estar social e a saúde mental na universidade;

- Localizar os espaços de conflito e problematizar as estruturas produtoras de sofrimento;

- Promover a saúde mental;

- Fortalecimento dos laços sociais e do sentido de pertencimento;

- Criar espaços para acolhimento do sofrimento;

- Propiciar o diálogo e orientação para comunidade USP;

- Estimular a interação e o desenvolvimento e pesquisas nos hospitais universitários e unidades de saúde e psicologia.

Mulheres, relações étnico-raciais e diversidades

- Propor e gerenciar políticas relativas à diversidade, à inclusão, antirracismo e à anti-xenofobia na USP;

- Favorecer a presença e experiência de estrangeiros ou migrantes;

- Atuar no enfrentamento das violências baseadas em gênero e orientação sexual;

- Promover o respeito à igualdade de condições para toda a população universitária;

- Implementar ações de melhoria das condições de acessibilidade nas instalações universitárias.

Formação e vida profissional

- Propor ações para estimular a atratividade de novos talentos, observando a promoção da diversidade;

- Análise continuada de indicadores de qualidade e satisfação das carreiras docente e técnico-administrativo e da formação estudantil;

- Promover discussões sobre a legislação das carreiras na USP e suas especialidades;

- Elaborar medidas para promoção da diversidade étnico-racial do corpo docente e de servidores técnico administrativos;

- Propor ações que visem estimular o pertencimento;

- Qualificar e integrar as diversas modalidades de apoio estudantil.

Direitos Humanos e políticas de reparação, memória e justiça

- Realizar programas e ações de afirmação dos direitos humanos;

- Reconhecer silenciamentos e violações de direitos ocorridos na história da universidade;

- Fomentar a interpretação dos espaços da universidade como lugares de memória;

- Dialogar e viabilizar a consecução dos objetivos da Comissão de Direitos Humanos.

Estadão
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