Valencia promete identificar e banir torcedores que fizeram insultos racistas contra Vini Jr.
Clube promete 'máxima severidade' e afirma que a polícia local já identificou um dos autores das ofensas contra o brasileiro
A direção do Valencia prometeu identificar e banir torcedores que proferiram ofensas racistas contra Vinicius Júnior, no domingo, em jogo contra o Real Madrid, pelo Campeonato Espanhol. O clube informou que a polícia local já identificou um deles, mas não revelou se houve alguma punição.
"O clube condena energicamente este tipo de comportamento, que não tem espaço no futebol e não corresponde aos valores do Valencia e dos seus torcedores", informou a diretoria do time espanhol, em comunicado, que também foi feito por outras equipes em outras ocasiões semelhantes. "Desde os momentos em que os fatos aconteceram, estamos analisando todas as gravações disponíveis, trabalhando com a máxima celeridade para esclarecer o que aconteceu com o objetivo de atuar com rapidez e contundência."
O Valencia revelou ter aberto um procedimento disciplinar contra os torcedores e prometeu "máxima severidade" contra eles. "Eles serão expulsos do estádio por toda a vida", avisou sua direção. "Deste modo, reafirmamos nossa posição contra o racismo, atuando com a mesma contundência desde 2019, quando banimos um torcedor que fez gestos e saudações fascistas contra torcedores do Arsenal, em jogo do Liga Europa", relatou o clube espanhol.
Entenda o caso
O brasileiro Vinicius Júnior foi mais uma vez vítima de racismo na Espanha. Parte da torcida do Valencia, que enfrentou e venceu o Real Madrid no domingo por 1 a 0, gritou insultos racistas direcionados ao jogador brasileiro no segundo tempo da partida, que foi paralisada e depois retomada pelo árbitro por causa das ofensas.
Nos acréscimos da partida, o brasileiro, revoltado e desestabilizado pelos rivais, foi expulso depois de se desentender com o atacante Hugo Duro, em quem acertou o braço. Ele levou cartão amarelo, mas após revisão do lance pelo VAR, foi expulso pela arbitragem.
O episódio gerou revolta no Real Madrid, cujo técnico Carlo Ancelotti dedicou sua entrevista coletiva inteira para falar sobre o caso de racismo ao fim da partida. A polêmica aumentou em seguida quando o presidente da LaLiga, Javier Tebas, criticou Vinicius por ter reclamado da postura da entidade diante dos casos de racismo.
São muitos os episódios de preconceito racial contra Vini Jr. Recentemente, o brasileiro depôs na Justiça espanhola no âmbito do caso em que foi xingado de "macaco" por um torcedor do Mallorca em fevereiro deste ano. "Não foi a primeira vez nem a segunda nem a terceira. O racismo é o normal na LaLiga. A competição acha normal, a federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi hoje é dos racistas", afirmou o atleta em seu perfil no Twitter.
O brasileiro ainda alertou para a imagem que a Espanha passa para o exterior ao permitir que tais ataques aconteçam na maior competição esportiva da nação. "Uma nação linda, que me acolheu e que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país de racistas."