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Vapor de pimenta contra exército: 4 mulheres indígenas valentes que entraram para a história

Essas mulheres indígenas lutaram pelo meio ambiente, contra invasores holandeses e mais

30 jun 2024 - 05h00
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Resumo
A indígena potiguara Clara Camarão, liderou um grupo de mulheres que lutou contra invasores holandeses; conheça essas mulheres consideradas heroínas por suas comunidades indígenas.
Berta Cáceres foi uma ativista ambiental hondurenha que dedicou sua vida à defesa dos direitos dos povos indígenas
Berta Cáceres foi uma ativista ambiental hondurenha que dedicou sua vida à defesa dos direitos dos povos indígenas
Foto: Reprodução: UN Environment - ONU Brasil/Wikimedia Commons

Ao longo da história, diversos povos indígenas têm se destacado por lutas em defesa de suas terras, culturas e direitos, especialmente as mulheres. Figuras como Clara Camarão, guerreira potiguara que resistiu às invasões holandesas no Brasil, e Berta Cáceres, líder indígena lenca que deu sua vida na luta contra a destruição ambiental em Honduras, são símbolos de resistência de seus povos.

A seguir, confira as mulheres indígenas valentes que marcaram a história do mundo ao lutar por seus povos. 

6 mulheres indígenas que estão mudando a política no Brasil 6 mulheres indígenas que estão mudando a política no Brasil

Bartolina Sisa

Bartolina Sisa foi uma líder indígena aimará que liderou vários levantes contra o domínio colonial espanhol em territórios que, hoje, constituem o Peru e a Bolívia. No século XVIII, ela mobilizou milhares de indígenas e organizou protestos contra a opressão e a violência sofrida pelos povos originários.

Ao lado do marido Túpac Katari, também líder indígena, ela estabeleceu um cerco em torno de La Paz, então capital de Charcas e sede da Real Audiência Colonial. Na época, o acesso à cidade foi fechado, impedindo movimentos de entrada e saída.

O exército espanhol tentou acabar com o cerco e capturar Bartolina, mas fracassou. E após 109 dias de resistência, as forças espanholas conseguiram acabar com o maior levante da história. 

Bartolina Sisa foi executada pelo exército espanhol em 5 de setembro de 1782, em La Paz. Ela foi a inspiração para o Dia Internacional da Mulher Indígena, celebrado em 5 de setembro em memória de sua morte, e com o objetivo de homenagear todas as mulheres indígenas.

Clara Camarão

A indígena potiguara, famosa por sua participação na resistência contra as invasões holandesas no Brasil durante o século XVII, é conhecida por sua coragem e liderança. Ela acompanhou o marido, Filipe Camarão, da mesma etnia, nas batalhas contra os invasores.

Em sua primeira missão oficial, liderou um grupo de mulheres que escoltava famílias que estavam em busca de refúgio na cidade de Porto Calvo, em Alagoas, na década de 1630. Segundo a MultiRio, Empresa Municipal de Multimeios, vinculada à Secretaria Municipal de Educação da Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro, a tropa feminina surpreendeu os holandeses que tentavam invadir Tejucupapo, região no litoral pernambucano, em abril de 1646.

"As mulheres ferveram tonéis de água e adicionaram pimenta. O vapor foi levado pelo vento e atingiu o exército holandês, deixando os combatentes com os olhos ardendo, desnorteados pela pimenta. Foi, então, que elas atacaram. As potiguaras surpreenderam os invasores com a pontaria e a força com que usavam seus arcos, seus tacapes (arma feita de madeira, semelhante a uma pequena espada) e suas lanças – e triunfaram", diz o site.

Elas ficaram conhecidas como "Heroínas de Tejucupapo" e ainda participaram da Batalha de Guararapes (1648), na qual os holandeses se renderam em 1654, em Recife. Clara Camarão foi incluída no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria em 2017.

Berta Cáceres

Líder indígena e feminista, Berta foi uma ativista ambiental hondurenha que dedicou sua vida à defesa dos direitos dos povos indígenas e à proteção ambiental. Ela ganhou reconhecimento internacional por sua luta contra a construção de uma represa hidrelétrica no rio Gualcarque, considerado um lugar sagrado pelos indígenas lenca.

Em 2015, ela ganhou o prestigioso Prêmio Ambiental Goldman, também conhecido como "Nobel Ambiental", em reconhecimento ao seu trabalho na defesa dos direitos dos indígenas e do meio ambiente.

Por causa do seu ativismo, Berta foi assassinada a tiros em sua casa na cidade de La Esperanza, em Honduras, em março de 2016. Na época, ela chegou a denunciar à imprensa as ameaças de morte que estava recebendo, que vinham de seguranças privados, membros da polícia e do Exército do país envolvidos na construção da represa, de acordo com ela.

Berta foi casada com o líder indígena Salvador Zúñiga, com quem teve quatro filhos. Atualmente, sua filha Bertha Zúñiga Cáceres é uma das principais vozes na luta pelos direitos indígenas. 

Ada Deer

Ada Elizabeth Deer foi uma líder indígena e a primeira mulher a liderar o Bureau of Indian Affairs, Gabinete de Assuntos Indígenas, órgão ligado ao geverno federal dos Estados Unidos. Ela nasceu na reserva Menominee em Keshena, Wisconsin, e lutou pelos direitos dos nativos americanos.

A primeira da comunidade Menominee a se formar na Universidade de Wisconsin-Madison, Ada organizou movimentos contra as políticas que desfavoreciam os indígenas, como a que fez a comunidade Menominee perder o seu reconhecimento federal. Ela liderou uma campanha que culminou na restauração dos direitos dos indígenas Menominee.

Ada Deer, que trabalhou como professora de estudos indígenas americanos na Universidade de Wisconsin, morreu em agosto do ano passado, aos 88 anos, de causas naturais, segundo a imprensa internacional.

Fonte: Redação Nós
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