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Coronavírus

Varíola dos macacos: agência de saúde do Reino Unido recomenda vacinar homens gays e bissexuais

Estratégia de imunização define que devem receber injeção aqueles em maior risco de exposição ao vírus, como, por exemplo, homens com múltiplos parceiros e que participem de sexo em grupo

22 jun 2022 - 13h00
(atualizado em 24/6/2022 às 16h31)
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A Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido (UKHSA, na sigla em inglês) recomendou nesta terça-feira, 21, vacinar homens gays e bissexuais para tentar controlar o surto de varíola dos macacos. A estratégia de imunização define que devem receber a injeção aqueles em maior risco de exposição ao vírus, mas o Serviço Nacional de Saúde britânico (NHS England) ainda precisa definir detalhes sobre as pessoas elegíveis.

Imagem de microscópio eletrônico mostra sinais da varíola dos macacos em uma amostra de pele humana
Imagem de microscópio eletrônico mostra sinais da varíola dos macacos em uma amostra de pele humana
Foto: CDC

Até segunda-feira, 20, o Reino Unido confirmou 793 casos da doença. De 152 que responderam a questionários, 151 se identificaram como gays, bissexuais ou homens que fazem sexo com homens (GBMSM).

Não há vacina licenciada no Reino Unido ou na Europa para imunização contra a varíola dos macacos. Por isso, a recomendação é usar o imunizante Imvanex, aprovado para combater a varíola (smallpox), mas usada em ocasiões anteriores com a monkeypox.

A agência destaca que qualquer pessoa pode contrair a doença, porém, dados mostram níveis mais altos de transmissão dentro "das redes sexuais de homens gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens". O vírus, reforça a UKHSA, ainda não é considerado uma infecção sexualmente transmissível (IST), mas pode ser transmitido por contato próximo.

Varíola dos macacos

Existem duas cepas principais: a do Congo, que é mais grave, com até 10% de mortalidade, e a da África Ocidental, com taxa de cerca de 1%

Foto: Centros de Controle e Prevenção de Doenças

Por mais que a NHS ainda precise definir detalhes da elegibilidade, a ideia é que ela seja semelhante aos critérios usados para profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP). Assim, o profissional de saúde pode indicar vacinação para homens que tenham vários parceiros ou participem de sexo em grupo, por exemplo. A orientação é, por ora, que ninguém busque a vacina sem ser contatado.

Mary Ramsay, chefe de imunização da UKHSA, destaca que, com a medida, esperam "quebrar as cadeias de transmissão e ajudar a conter o surto". "Embora a maioria dos casos seja leve, a doença grave pode ocorrer em algumas pessoas."

Robbie de Santos, diretor de comunicação e assuntos externos da Stonewall UK, organização não governamental de direitos LGBT+, comemorou a decisão. "É importante que homens gays e bissexuais tomem a vacina quando oferecida para proteger a si e aos outros. Vamos ajudar a controlar o surto para que todos possamos ter uma temporada de orgulho segura e feliz."

Surgimento dos casos

O primeiro caso europeu foi confirmado em 7 de maio em um indivíduo que retornou à Inglaterra da Nigéria, onde a varíola dos macacos é endêmica. Desde então, países da Europa, assim como Estados Unidos, Canadá e Austrália, confirmaram casos.

Transmissão

Identificada pela primeira vez em macacos, a doença viral geralmente se espalha por contato próximo e ocorre principalmente na África Ocidental e Central. Raramente se espalhou para outros lugares, então essa nova onda de casos fora do continente causa preocupação. Existem duas cepas principais: a cepa do Congo, que é mais grave, com até 10% de mortalidade, e a cepa da África Ocidental, que tem uma taxa de mortalidade de cerca de 1%.

O vírus pode ser transmitido por meio do contato com lesões na pele e gotículas de uma pessoa contaminada, bem como através de objetos compartilhados, como roupas de cama e toalhas. O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias.

Sintomas

Os sintomas se assemelham, em menor grau, aos observados no passado em indivíduos com varíola: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas durante os primeiros cinco dias. Erupções cutâneas (na face, palmas das mãos, solas dos pés), lesões, pústulas e, ao final, crostas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os sintomas da doença duram de 14 a 21 dias.

Prevenção

De acordo com o Instituto Butantan, entre as medidas de proteção, autoridades orientam que viajantes e residentes de países endêmicos evitem o contato com animais doentes (vivos ou mortos) que possam abrigar o vírus da varíola dos macacos (roedores, marsupiais e primatas) e devem se abster de comer ou manusear caça selvagem.

Higienizar as mãos com água e sabão ou álcool gel são importantes ferramentas para evitar a exposição ao vírus, além do contato com pessoas infectadas.

Estadão
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