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"Vencedora do Nobel da Paz é uma leoa", diz ativista iraniana

Narges Mohammadi, de 51 anos, é uma ativista iraniana que luta pelos direitos das mulheres e atualmente cumpre pena em prisão iraniana

6 out 2023 - 12h55
(atualizado às 13h33)
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"Tenho certeza que hoje este prêmio a fez sentir orgulhosa e feliz", diz ativista
"Tenho certeza que hoje este prêmio a fez sentir orgulhosa e feliz", diz ativista
Foto: Divulgação/X/@NobelPrize

A vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 2023, Narges Mohammadi, "é uma shirzan, uma leoa em persa", declarou à ANSA Pegah Moshir Pour, ativista iraniana que vive na Itália desde os nove anos.

"Narges Mohammadi é uma shirzan, uma leoa em persa. Mas ela não defende apenas seus filhos, ela defende a liberdade de todos. Tenho certeza que hoje este prêmio a fez sentir orgulhosa e feliz. Acho que hoje ela sorri apesar da dor, mesmo estando trancada em uma prisão terrível, como a prisão de Evin em Teerã", afirmou.

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Mohammadi, de 51 anos, é uma ativista iraniana pelos direitos das mulheres e foi laureada com o Prêmio Nobel da Paz em 2023, pouco mais de um ano após a morte da jovem Mahsa Amini, que deflagrou uma onda de protestos contra o regime dos aiatolás no Irã.

Para a ativista, o país se tornou sinônimo de violência e opressão desde quando a República islâmica tenta esmagar seus oponentes enterrando-os vivos dentro de suas celas.

Moshir Pour diz, no entanto, estar certa de que as cidades italianas também vão prestar sua entusiasmada homenagem com manifestações para o reconhecimento em Oslo e para exigir a libertação desta mulher de coragem indestrutível que recebeu o Nobel da Paz.

"Gostaria que Narges pudesse respirar liberdade novamente, que pudesse sentir o vento na pela, que abraçasse as pessoas que ama", acrescenta ela, uma jovem com longos cabelos escuros, como Narges, que pode se dar ao luxo de usá-los soltos nos ombros sem ser espancada na rua e acabar algemada.

Para ela, Narges é uma inspiração, assim como é para todas as meninas e mulheres no Irã que exigem os seus direitos: "Ela nunca desistiu, sempre esteve do lado certo, ela sabe que está".

"Há muitas cicatrizes na sua vida, mas também o conhecimento e a força infinita que inspirou e continuará a inspirar a humanidade. Mesmo no futuro", explica a ativista, convencida de que agora "as autoridades iranianas terão de rever a sentença e permitir que Narges receba o prêmio".

Ninguém sabe, mas Moshir Pour é jovem, tem o direito de acreditar em milagres. "No próximo mês, o embaixador iraniano presidirá o fórum social do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Eles não podem evitar isso, seria uma vergonha para a mídia", insiste.

Segundo a ativista que vive na Itália, "este Nobel é uma grande mensagem de vingança, é um prêmio pela perseverança, por não desistir um só dia, é muito importante".

"Iremos às ruas. Estaremos sempre lá e continuaremos lá, não desistiremos e não voltaremos", ressalta Pegah. "E devemos acreditar nela. Pelo menos para não sucumbir às notícias de chumbo vindas de Teerã". .

Ansa - Brasil
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