Vereador do ES é condenado a mais de 5 anos de prisão por corrupção ativa após assédio sexual
O político teria chantageado uma servidora, pedindo favores sexuais para mantê-la no cargo
O presidente da Câmara dos Vereadores de Barra de São Francisco, no interior do Espírito Santos, foi condenado a 5 anos e 9 meses de prisão por corrupção ativa, após assediar sexualmente uma servidora, durante seu mandato anterior. A sentença também determina que Ademar Antônio Vieira (PSD), conhecido como Alemão de Vila Paulista e Lemão Vitorino, pague multa de pouco mais de R$ 4,4 mil e perca o mandato.
De acordo com o jornal local A Gazeta, na decisão consta que o político chantageou uma mulher, pedindo favores sexuais para mantê-la no cargo, em 2017. Ela foi contratada como técnica de enfermagem e apoiou a campanha eleitoral do vereador em 2016.
Segundo a reportagem, a decisão do juiz Ivo Nascimento Barbosa aponta que a vítima relatou que Vieira insinuou em uma troca de mensagens por WhatsApp que queria sair com ela. Nas conversas, o parlamentar fez referência ao cargo que ela havia sido contratada pela indicação dele.
Diante da situação, a servidora mostrou as mensagens ao marido e denunciou o caso à polícia. Ela relatou em depoimento que Alemão passou a “assediá-la”, “buscando vantagens de cunho sexual”. O vereador ainda teria tentado marcar um encontro com ela, estipulando um prazo, e que se a depoente não topasse ele não poderia “garantir a permanência no cargo”.
O parlamentar foi condenado por corrupção passiva pelo assédio. Ainda de acordo com o jornal, o juiz acrescenta que ficou devidamente demonstrado o nexo entre a vantagem indevida de natureza sexual solicitada pelo acusado e a sua atividade exercida de vereador.
Defesa do vereador
Em nota ao jornal A Gazeta, o vereador, que pode recorrer da decisão em liberdade, afirmou que a sentença é "contraditória” e que vai recorrer ao Tribunal de Justiça "para provar a minha inocência".
"Jamais condicionaria qualquer oportunidade de trabalho a qualquer tipo de favor imoral e ilegal. Como já disse diante da autoridade policial, a municipalidade precisava de uma profissional com a capacidade da servidora em questão e por isso ela ficou com a vaga", declarou.
Ainda segundo a nota divulgada, ele afirmou que: “Nem minha família e nem a família dela mereciam essa publicidade a uma situação resolvida no âmbito particular, entre as duas famílias”.
O Terra tentou conseguir mais informações com o Tribunal de Justiça do Espírito Santo, mas não recebeu retorno até a última atualização desta reportagem.