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Vídeos mostram policiais dos EUA chutando e agredindo motorista negro Tyre Nichols

Os policias, todos negros, foram demitidos do departamento de polícia semana passada

28 jan 2023 - 13h19
(atualizado em 30/1/2023 às 09h01)
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Pessoas protestaram pedindo justiça para o jovem negro Tyre Nichols
Pessoas protestaram pedindo justiça para o jovem negro Tyre Nichols
Foto: Reuters

Tyre Nichols gritou "Mãe! Mãe!" várias vezes enquanto cinco policiais de Memphis, agora indiciados pelo assassinato do motorista negro, o atingiam com chutes, socos e golpes de cassetete, após pará-lo no trânsito em 7 de janeiro, segundo vídeos divulgado pela prefeitura da cidade.

Vídeos das câmeras nos uniformes dos policiais e de uma câmera de um poste foram publicados na internet um dia depois de os policiais serem indiciados por assassinato de segundo grau, agressão, sequestro, má conduta e opressão pela morte de Nichols.

Os policias, todos negros, foram demitidos do departamento de polícia semana passada. Nichols, 29, foi hospitalizado e morreu por causa dos ferimentos três dias depois da agressão na cidade onde morava com sua mãe e seu padrasto. Ele trabalhava para a FedEx.

Os quatro vídeos contam a história de uma escalada agressiva de violência contra um motorista que, segundo a polícia, foi inicialmente parado por estar dirigindo de maneira imprudente. O chefe da polícia já afirmou que o motivo para ele ser parado não tinha fundamento.

As agressões pareceram continuar além do ponto em que Nichols representava qualquer ameaça à polícia. Em certo momento, dois policiais o erguem enquanto outro o soca repetidas vezes no rosto, enquanto outros policiais apenas ficam olhando, sem intervir.

A violência exibida nos vídeos transformou Nichols, pai de uma criança de quatro anos, no mais recente rosto de um movimento pela justiça racial nos EUA galvanizado pelo assassinato de George Floyd pela polícia em Minneapolis.

Nichols foi descrito por amigos e pela família como um skatista talentoso e afável que recentemente havia se inscrito em um curso de fotografia. Criado em Sacramento, Califórnia, ele se mudou para a região de Memphis antes da pandemia de coronavírus.

O xerife do condado de Shelby, Floyd Bonner, disse, após ver o vídeo, que estava preocupado com "dois delegados que aparecem na cena", após a prisão de Nichols. Eles foram dispensados de seus cargos até o resultado de uma investigação interna, disse, pelo Twitter.

Após a publicação dos vídeos na noite de sexta-feira, dúzias de manifestantes em Memphis marcharam pela rodovia Interstate 55, bloqueando o tráfego perto de uma ponte que cruza o Rio Mississippi para o Arkansas.

Três pessoas foram detidas por danificar um veículo policial durante protestos na Times Square, disse um porta-voz do Departamento de Polícia da cidade de Nova York. As manifestações no geral pareceram pacíficas em outras cidades, como Atlanta, Washington e Sacramento.

O primeiro vídeo publicado na sexta-feira mostra policiais arrancando Nichols do assento do motorista de seu carro parado em um cruzamento, enquanto ele grita "eu não fiz nada… estou apenas tentando ir para casa". Os policiais o forçam ao chão, ordenando-o a deitar com a barriga para baixo, e jogam spray de pimenta em seu rosto.

Nichols se liberta e corre pela rua, com policias perseguindo-o a pé. Pelo menos um deles dispara uma arma de choque contra ele.

Outra imagem mostra uma briga após policiais alcançarem Nichols novamente em um bairro próximo. Dois policiais são vistos segurando-o, enquanto um terceiro o chuta e um quarto o atinge com o que parece ser um cassetete, antes de outro socar Nichols.

Nichols é ouvido gritando "Mãe! Mãe!" várias vezes, enquanto luta com os policiais. Sua mãe disse que seu filho estava a apenas aproximadamente 70 metros de casa quando foi assassinado pela polícia.

Uma maca é vista chegando 19 minutos após a primeira equipe médica de emergência chegar ao local.

REVOLTA

A chefe de polícia de Memphis, Cerelyn Davis, disse que os vídeos mostraram comportamentos de policias que "desafiam a humanidade".

O advogado de direitos civis, Ben Crump, representando a família de Nichols, cobrou que o departamento de polícia desmembrasse a unidade SCORPIONS, uma equipe que supostamente se concentra em crimes violentos nas ruas e à qual pelo menos alguns dos policiais envolvidos foram designados.

"Nenhuma mãe deveria passar pelo que eu estou passando neste momento, nenhuma mãe deveria perder seu filho da maneira violenta como a que eu perdi meu filho", disse a mãe de Nichols, RowVaughn Wells.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que estava "revoltado" e "profundamente triste" após ver um dos vídeos.

A família de Nichols e Biden pediram calma em Memphis, uma cidade com 628 mil habitantes, onde quase 65% dos moradores são brancos. Biden falou com RowVaughn Wells e Rodney Wells, padrasto de Nichols, na sexta-feira, para expressar condolências, disse a Casa Branca.

A morte de Nichols é o mais recente exemplo de policiais acusados de força excessiva que culminou na morte de pessoas negras e outras minorias nos últimos anos nos EUA.

Protestos sob o slogan do movimento "Black Lives Matter" contra injustiça racial eclodiram ao redor do mundo depois do assassinato de Floyd, em maio de 2020, um homem negro assassinado ao ter o pescoço esmagado por quase 10 minutos pelo joelho de um policial de Minneapolis.

Antonio Romanucci, outro advogado da família de Nichols, disse à Rádio Pública Nacional na sexta-feira que Nichols era um forte apoiador do Black Lives Matter e "basicamente morreu pela sua própria causa".

O procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, anunciou na sexta-feira uma investigação federal de direitos civis sobre a morte de Nichols.

Os registros mostram que os ex-policiais Justin Smith, Desmond Mills Jr., Emmitt Martin III, Demetrius Haley e Tadarrius Bean foram soltos sob fiança após serem autuados pela prisão no Condado de Shelby na manhã de quinta-feira.

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