Vini Jr diz que Espanha deve deixar de sediar a Copa de 2030 caso não avance no combate ao racismo
Atacante brasileiro se tornou um das principais figuras do combate a esse tipo de crime
Estrela do Real Madrid e um dos fortes candidatos ao prêmio da Bola de Ouro, Vini Jr afirmou que a Espanha deveria perder o direito de sediar a Copa do Mundo de 2030 caso não avance na questão do combate ao racismo. O jogador, desde que começou a sofrer os ataques, tornou-se um dos principais ativistas da causa racial no mundo do esporte.
O jogador alertou que ainda há um longo caminho a ser percorrido para que a população e a Justiça espanhola compreendam realmente a gravidade dos atos racistas.
"Até 2030, temos muito espaço para evoluir. Espero que a Espanha possa evoluir e entender o quão sério é insultar alguém pela cor da pele. Se até 2030 as coisas não melhorarem, acho que temos que mudar de local. Se um jogador não se sente confortável e seguro jogando em um país onde pode sofrer racismo, é um pouco difícil", disse Vini Jr.
Vini Jr tem sofrido diversos ataques e insultos racistas de torcedores rivais desde que chegou ao Real Madrid. Inclusive, ele declarou que os jogadores do elenco espanhol estão "preparados" para abandonar o campo em novos casos de manifestações racistas nas partidas da temporada 2024/25 de La Liga.
"Há muitas pessoas na Espanha, e a maioria que não são racistas. É um pequeno grupo que acaba afetando a imagem de um país que é bom para se viver. Amo jogar pelo Real Madrid. Amo a Espanha, ter as melhores condições para viver aqui com minha família. Até 2030, os casos de racismo podem e devem diminuir", acrescentou o jogador.
O pior episódio de racismo sofrido pelo brasileiro foi na partida contra o Valencia, no estádio Mestalla, em maio de 2023: o camisa 7 foi hostilizado pela torcida adversária e chamado de 'mono' (macaco, em espanhol).
Três torcedores do Valencia foram identificados e declarados culpados de crime por injúria racial sobre Vini Jr, e cada um deles foi condenado a oito meses de prisão. Recentemente, a La Liga, entidade responsável pela organização do Campeonato Espanhol, pediu ao Governo do país que mude as leis sobre esse tema, para que possa punir os criminosos diretamente.