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Vítima de racismo, goleiro pede desculpas. Entenda o porquê!

Cheik Sarr, do Rayo Majadahonda, da Terceira Divisão da Espanha, paralisou jogo com reação após ataques racistas, no último sábado (30)

2 abr 2024 - 12h51
(atualizado em 3/4/2024 às 11h25)
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Foto: Divulgação/Rayo Majadahonda - Legenda: Sarr demonstrou descontentamento com sua resposta aos ataques racistas que foi alvo / Jogada10

Cheikh Sarr, goleiro do Rayo Majadahonda, manifestou-se pela primeira vez após ser alvo de racismo. Em entrevista coletiva, nesta terça-feira (2), o jogador se desculpou ao mundo do futebol pela sua atitude. Ele afirma que se arrependeu do comportamento agressivo que apresentou como resposta aos preconceituosos. Mas, na sequência, emendou um forte desabafo.

"Foi minha cabeça, estava quente e peço desculpas ao mundo do futebol pela minha reação. Se acontecesse comigo de novo, não reagiria da mesma forma", esclareceu o arqueiro.

O pedido de desculpas deixou os jornalistas confusos. Assim, os profissionais de imprensa perguntaram a Sarr o motivo de estar se lamentando. Afinal, quem sofreu com o racismo foi ele. O arqueiro ressaltou que, apesar de ter sido vítima de preconceito, houve desrespeito de sua parte pela reação ao caso.

"Isso me irrita muito, mas é preciso ter um pouco de respeito, e acho que é o mais correto a se fazer. Se você é a vítima, tem que pedir desculpas ao mundo do futebol", complementou o jogador, contrariando seu próprio descontamento.

Relembre o caso

Cheikh recebeu ataques racistas da torcida adversária durante o duelo entre Rayo Majadahonda e Sestao River, pela Terceira Divisão do Campeonato Espanhol, no último sábado. O goleiro escutou gritos preconceituosos e respondeu aos ataques. Como sua equipe não aceitou retornar a campo depois do episódio, houve interrupção do jogo aos 45 minutos da etapa final. No momento da suspensão, o Rayo perdia por 2 a 1.

Sarr destacou que a situação foi uma lição para ele. O jogador sustenta que passou a saber qual é o comportamento ideal caso receba novos ataques racistas. Inclusive, lembrou que não é a primeira vez na qual foi alvo de preconceito racial em uma partida.

No entanto, nesta última ocasião, o goleiro não suportou apenas escutar as ofensas. A propósito, ele tem a esperança que mais esse acontecimento contribua para modificações no futebol no combate ao racismo.

"O pior momento foi quando o público me insultou. Minha intenção era pular e falar com ele, pegá-lo, saber se tinha família e perguntar por quê. Era alguém mais velho, acho que ele tinha uma criança e deveria ser um exemplo", relatou o arqueiro.

Goleiro agradece novamente Vini Jr pelo apoio contra o racismo

Cheikh ainda tem chances de sofrer a punição máxima de suspensão por oito jogos. Afinal, ele recebeu o cartão vermelho pelo árbitro por ameaçar invadir a arquibancada como resposta aos insultos racistas que sofreu.

"Minha reação com o árbitro não foi agressiva. Fui contar porque ele não estava lá, e me deu o cartão vermelho. Queria fazer isso com todo o respeito do mundo. Repito, acho que deveriam perguntar primeiro à vítima. Queria perguntar para que o cartão vermelho. Depois do jogo, algumas horas depois, nos encontramos para conversar sobre o ocorrido", finalizou o arqueiro.

Sarr ainda agradeceu mais uma vez ao atacante brasileiro Vini Jr, que também é constantemente alvo do preconceito racial na Espanha. Inclusive, indicou que se espelha nele nesta luta contra o racismo. O jogador do Real Madrid fez uma publicação de apoio ao goleiro do Rayo Majadahonda. Além disso, mais outros dois episódios semelhantes que ocorrem também no último sábado.

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