Ykenga Mattos, cartunista e ativista do movimento negro, morre aos 71 anos
Bonifácio Rodrigues de Mattos será sepultado nesta terça-feira, 3; seu legado inclui uma extensa obra que critica o racismo através do humor e da sátira
Bonifácio Rodrigues de Mattos, mais conhecido como Ykenga Mattos, cartunista, professor e sociólogo de renome, faleceu aos 71 anos, conforme anunciado pela sua filha, Louana Costa, através das redes sociais.
O artista, cuja obra desempenhou um papel crucial na denúncia do racismo através de cartuns humorísticos e críticos, será sepultado nesta terça-feira, 3l, às 15h, no Cemitério Parque da Paz, localizado em Pacheco, na cidade de São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro.
Ykenga Mattos iniciou sua carreira na década de 1970, no jornal O Pasquim, estendendo sua influência a diversas outras publicações, incluindo O Dia, Extra, O Povo, Última Hora, O Fluminense e Jornal dos Sports, além de contribuir ativamente para o jornalismo do movimento negro, como evidenciado por seu trabalho no Maioria Falante. Suas criações eram marcadas pelo humor e deboche, servindo como uma forma potente de crítica social e racial.
Entre seus feitos literários, destacam-se obras como Casa Grande & Sem Sala, uma paródia que critica e reflete sobre o mito da democracia racial brasileira, em contraponto à clássica Casa-Grande & Senzala de Gilberto Freyre. Ykenga Mattos foi não apenas um cartunista, mas também um ativista, utilizando sua arte para comentar sobre a continuidade das práticas racistas e a luta por justiça social.