Zâmbia mantém na Copa do Mundo técnico denunciado por abuso sexual
Escândalo expõe fragilidades da FIFA e Federação do país em lidarem com o caso
A alegria de disputar a primeira Copa do Mundo Feminina foi apagada pela série de denúncias feitas contra o treinador de Zâmbia, Bruce Mwape. Antes do inicio do Mundial, algumas jogadoras decidiram se manifestar de forma anônima sobre o técnico, acusado de abuso sexual.
Mesmo com as denúncias, Bruce comandou a equipe na derrota para o Japão por 5 a 0, na estreia do Mundial.
"Ele quer dormir com quase todos da equipe", "elas têm que dizer sim a tudo" e "ele constantemente as faz ver que está acima delas, e não na relação hierárquica de um treinador com suas jogadoras" são exemplos de frases denunciadas há duas semanas, em entrevista ao The Guardian. A Federação de Zâmbia apresentou as queixas à polícia do país e à FIFA.
As denúncias apontam que os abusos ocorrem desde que Bruce assumiu o comando técnico, em maio de 2018 e que, por muitas vezes, as atletas foram silenciadas com a ameaça de perderem vagas na inédita participação do Mundial.
"Não é pontual, vem acontecendo ao longo de todos estes anos", revelaram as testemunhas ao jornal britânico O Sport.
Em entrevista coletiva antes da estreia, Bruce Mwape não demonstrou preocupação e se esquivou de comentar as acusações. Além do técnico da seleção principal, o comandante do time sub-17, Kaluba Kagwa, também está sendo investigado por "conduta sexual inadequada".