10 números que mostram o boom da energia renovável pelo mundo
SÃO PAULO - O ano de 2015 terminou há quase seis meses, mas os números do mercado de energia renovável continuam a chegar e a impressionar. No começo de junho, um dos mais importantes e citados relatórios do setor, o Renewables 2016 - Global Status Report, produzido pela Renewable Energy Policy Network for the 21st Century (REN21), mostrou que nada menos que 147 novos gigawatts de energia renovável passaram a ser gerados mundialmente em 2015. Trata-se do maior acréscimo, em um ano, em capacidade de geração instalada da história do setor. "O que realmente surpreende nesses resultados é que eles foram atingidos em tempos de forte baixa no preço do petróleo e de redução significativa nos subsídios governamentais à energia renovável", diz Christine Lins, executiva da REN21.
Em 2016, a expansão do setor não dá sinais de grande desaceleração. Uma série de importantes e simbólicos marcos foi atingida já no primeiro trimestre do ano e sinaliza mais um período de forte crescimento da base. Os reflexos na geração de empregos também devem permanecer, o que deve manter o setor como líder no ranking dos segmentos de energia que mais criam novos postos de trabalho.
Confira abaixo 10 importantes marcas atingidas pelo crescente mercado de energia renovável pelo mundo nos últimos tempos
1. Em 2015, 147 novos gigawatts de energia renovável passaram a ser gerados no mundo. É o maior acréscimo, em um ano, em capacidade de geração instalada da história do setor. A carga acrescida equivale à soma de toda produção de energia de todos os 54 países que compõem o continente Africano.
2. Em 2015, o investimento mundial em energia renovável foi de US$ 286 bilhões, o que equivale a cerca de R$ 1 trilhão. O valor é superior ao dobro da soma dos investimentos feitos em produção de energia a partir da queima de carvão e gás, que fecharam o ano em US$ 130 bilhões, ou cerca de R$ 455 bilhões.
3. Pela primeira vez, os investimentos em energias renováveis de países em desenvolvimento superaram o de países desenvolvidos: US$ 156 bilhões (alta de 19% em relação a 2014) contra US$ 130 bilhões (queda de 8% em relação a 2014).
4. Um total de 59 gigawatts de energia solar foram instalados mundialmente em 2015, alta de 34% em relação a 2014. Para 2016, a expectativa é que outros 64 gigawatts sejam instalados, o que representará crescimento de 8,5%.
5. Em 2015, o número de postos de trabalho na indústria da energia renovável no mundo chegou a 8,1 milhões, uma alta de 5% em relação a 2014. O segmento de energia renovável que mais empregou foi o solar, com 2,8 milhões de postos.
6. Em 2015, o número de postos de trabalho da indústria da energia renovável no Brasil bateu os 918 mil, o que colocou o país em segundo lugar no ranking mundial de países com mais postos no segmento, atrás apenas da China, com 3,5 milhões de postos, e à frente de Estados Unidos, com 769 mil, Índia, com 416 mil, Japão, com 388 mil e Alemanha, com 355 mil.
7. Em 2015, as energias renováveis foram responsáveis por 44% de toda a energia elétrica consumida pela Europa e 15% de toda a energia usada no continente.
8. Em 2015, 173 países firmaram metas com órgãos nacionais e internacionais para a expansão da adoção das energias renováveis. Esses acordos são tidos como fundamentais para guiar os esforços e investimentos no sentido da expansão do setor.
9. Em 2016, a indústria de energia solar nos Estados Unidos deve instalar 14,5 gigawatts de capacidade, quase o dobro dos 7,5 gigawatts instalados em 2015. Com isso, o país passará a ter 29,3 gigawatts de capacidade de geração de energia solar instalada, o suficiente para abastecer 5,7 milhões de residências americanas. No primeiro trimestre de 2016, a energia solar foi responsável por 64% da nova capacidade de geração instalada nos EUA.
10. Em maio de 2016, Portugal funcionou, durante 107 horas - o equivalente a quase quatro dias e meio - abastecido apenas por energias renováveis. Em um domingo do mesmo mês, a Alemanha conseguiu atender a 99,3% de suas demandas por energia com energias renováveis. E, também em maio, pela primeira vez em mais de um século, a Inglaterra produziu energia durante uma semana inteira sem queimar carvão.
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O Juntos Pela Água surgiu durante a crise hídrica de 2015 para reunir e compartilhar experiências e dicas de consumo consciente de água no Brasil e no mundo. Passado o momento mais crítico dessa crise, num esforço para ir além da agenda de preservação, o Juntos Pela Água ampliou sua pauta. Afinal, discutir a preservação dos recursos hídricos é também discutir, direta ou indiretamente, o futuro das cidades, do consumo, da política, dos negócios, da saúde e de outros tantos temas importantes. No novo Juntos Pela Água , que estreou em junho de 2016, tratamos desses assuntos com textos e infográficos enxutos e recheados de números e dados.
O movimento Juntos Pela Água é apoiado pela Odebrecht Ambiental , que presta serviços de água e esgoto a cerca 17 milhões de brasileiros em quase 200 municípios do Brasil.