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1950: Primeiro censo do pós-Guerra na Alemanha Ocidental

13 set 2015 - 07h59
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No dia 13 de setembro de 1950, foi realizado na Alemanha Ocidental o primeiro censo demográfico e profissional no pós-Guerra, sob recomendação das Nações Unidas.

O então chanceler federal alemão Theodor Heuss, num pronunciamento radiofônico em 6 de setembro de 1950, havia anunciado: "Dia 13 de setembro, será realizado um amplo censo demográfico e profissional no território da República Federal da Alemanha. Ele foi fixado através de lei federal. Isso significa que o Estado exige que as perguntas sejam respondidas de forma conscienciosa. Em caso de recusa ele pode impor a medida através de punição."

As palavras de Heuss denotavam a seriedade da questão. O pronunciamento radiofônico do chefe de Estado visava acalmar os cidadãos. Após o recenseamento dos prédios e moradias em setembro de 1945, um censo demográfico e profissional apenas três meses depois e os levantamentos feitos pelas comissões de "desnazificação", os cidadãos da jovem República Federal da Alemanha estavam fartos de responder a questionários. No entanto, o censo de 13 de setembro de 1950 era imprescindível.

Theodor Heuss: "Para o conhecimento e o reconhecimento de grandes fatos é necessário um balanço feito numa determinada data. Mesmo que ele, já no dia seguinte, esteja superado em milhares de pormenores, pois a vida é uma transformação constante, o levantamento permanece sendo um ponto de partida para concepções realistas."

Questionário de várias páginas

O censo de 1950 foi realizado por recomendação das Nações Unidas. Um acontecimento extraordinário, promovido no âmbito do censo mundial de 1950, a primeira contagem demográfica em todo o mundo numa mesma data. Participaram dela todos os então 67 países filiados à ONU. Três quartos de toda a população mundial – 1,75 bilhão de pessoas – foram registrados. A Alemanha Federal contava 47.695.672 habitantes. Antes que se chegasse a esse resultado, foi preciso o preenchimento de um questionário de várias páginas, com as dimensões de uma folha de jornal, em todos os domicílios do país.

Na Alemanha destruída pela guerra, os dados sobre os prédios existentes e a ocupação das moradias eram especialmente interessantes. Desta forma, poder-se-ia complementar rápida e objetivamente o que faltava. Pois, passados cinco anos do fim da guerra, milhares de pessoas ainda moravam em barracas, moradias improvisadas ou ruínas.

Além disso, mais da metade das moradias intactas tinha excesso de moradores, em virtude do alojamento compulsório de pessoas sem teto. Isso significava que duas pessoas ou mais viviam em cada cômodo. Apesar disso, as perguntas, por exemplo, sobre a identidade de pessoas presentes temporariamente na casa e o motivo da sua presença, suscitaram desconfiança.

Nova Lei do Censo Demográfico

Foi necessária uma nova lei federal para a execução do recenseamento. A Lei do Censo Demográfico, de 27 de julho de 1950, foi um dos primeiros projetos de lei apresentados no Parlamento Federal alemão, que existia há apenas dois anos.

As perguntas estavam distribuídas nas listas de inventário domiciliar, de imóvel, de moradia e, em determinados casos, na lista institucional. Cada formulário tinha quatro páginas, cada uma com duas vezes a dimensão de uma folha de papel ofício. Apesar do enorme volume de dados, os resultados do censo já estavam disponíveis duas semanas mais tarde, um verdadeiro recorde.

Na data do censo, existiam, por exemplo, 70 alemães com mais de cem anos de idade. Ou, ainda, 24 pessoas casadas com idade inferior a 15 anos. Hoje em dia, as leis de proteção à privacidade impedem que um censo volte a fornecer dados tão pormenorizados sobre os alemães quanto este do ano de 1950.

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