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1975: Começa julgamento dos líderes do Grupo Baader-Meinhof

21 mai 2023 - 06h07
(atualizado em 23/5/2023 às 12h06)
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Marcado por um forte esquema de segurança, começou no dia 21 de maio de 1975, perto de Stuttgart, o julgamento dos líderes da Fração do Exército Vermelho (RAF), responsável por atentados, sequestros e mortes na Alemanha.O julgamento foi um dos principais da história do pós-Guerra na Alemanha. Como Stammheim, nos arredores de Stuttgart, onde foi instalado o tribunal provisório, não dispusesse de uma corte, foram gastos 12 milhões de marcos para a construção de um salão ao lado das prisões onde estavam os terroristas. As autoridades responsáveis pela segurança e a maioria da opinião pública consideravam os réus as quatro pessoas mais perigosas do país na época.

Desenho do primeiro dia do julgamento mostra Jan Carl Raspe, Andreas Baader, um policial, Ulrike Meinhof e Gudrun Ensslin. À frente, os advogados
Desenho do primeiro dia do julgamento mostra Jan Carl Raspe, Andreas Baader, um policial, Ulrike Meinhof e Gudrun Ensslin. À frente, os advogados
Foto: DW / Deutsche Welle

Gudrun Ensslin, Andreas Baader, Ulrike Meinhof e Jan-Carl Raspe, os líderes do grupo terrorista de esquerda Fração do Exército Vermelho (RAF, na sigla em alemão), eram acusados de fazer parte de uma organização criminosa e foram responsabilizados por seis atentados a bomba, além de resistência à prisão. Os assaltos a bancos, falsificação de documentos e a tentativa de homicídio contra um policial foram excluídos pela promotoria pública.

O escritor alemão Heinrich Böll chegou a comparar os atos dos terroristas de esquerda a "uma luta de seis contra 60 milhões", numa alusão à população alemã na época. No total, cerca de 30 pessoas morreram vítimas de ações da RAF. Depois que os líderes foram presos, em 1972, os demais integrantes do grupo concentraram-se em realizar sequestros para negociar a libertação dos detidos em troca de reféns.

Adaptação da lei

A legislação alemã chegou a ser alterada em vários aspectos especialmente para o julgamento dos quatro líderes da RAF. Entre as mudanças, dois pontos polêmicos: as audiências podiam ser realizadas na ausência dos réus e suas conversas com os advogados não eram sempre privadas.

O mais tarde ministro alemão do Interior no governo do chanceler Gerhard Schröder, Otto Schily, na época advogado de Gudrun Ensslin, criticou o que chamou de intervenção do Estado num direito fundamental: a privacidade entre o advogado e seu cliente.

Enquanto a promotoria pública fazia de tudo para garantir o fim do julgamento sem incidentes, com a condenação dos réus, estes queriam uma discussão aberta contra o odiado sistema político. Nesse sentido, a defesa insistia no aspecto político do julgamento.

Condenação à prisão perpétua

A sentença foi proclamada depois de 192 sessões, em 28 de abril de 1977. Baader, Raspe e Ensslin foram condenados à prisão perpétua. Meinhof já não estava mais presente. Ela havia se suicidado em sua cela, um ano antes.

O grande confronto entre a RAF e o governo, mais tarde conhecido como Deutscher Herbst (Outono Alemão), ainda estava por vir: o rapto e morte do presidente da Confederação da Indústria Alemã, Hanns Martin Schleyer, e o sequestro de um avião com turistas alemães por terroristas palestinos.

Baader, Ensslin e Raspe cometeram suicídio em suas celas na noite após a condenação. Atos isolados de terrorismo ainda preocuparam a Alemanha até abril de 1998, quando a Fração do Exército Vermelho anunciou oficialmente o fim da luta armada.

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
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