Barracos foram queimados |
Atualizado às 11h24
Milhares de sem-teto decidiram, em uma assembléia realizada nesta manhã, deixar o terreno da Volkswagen em São Bernardo do Campo, São Paulo. A desocupação começou por volta das 9h, sem confronto com a polícia. Alguns dos sem-teto, no entanto, revoltados com a reintegração, resolveram atear fogo aos barracos de madeira, causando focos de incêndio. Um botijão de gás explodiu, assustando os presentes, mas ninguém ficou ferido. A Polícia Militar de São Paulo se posicionou no fim da madrugada em frente ao terreno para cumprir a reintegração de posse. A área começou a ser ocupada há 20 dias, e abrigava atualmente sete mil pessoas, de acordo com o MTST. Os sem-teto foram levados, em ônibus cedidos pela Volkswagen, para um ginásio em São Bernardo cedido por uma igreja. Eles prometem uma passeata para mais tarde. Conforme informações do telejornal Bom Dia Brasil, a advogada do movimento, Camila Alves, afirmou que não recebeu nenhuma notificação da Justiça informando sobre a reintegração. A decisão é do 1º Tribunal de Alçada Civil. Antes de decidirem deixar o terreno, lideranças dos sem-teto haviam afirmado que iriam resisitir, tentando evitar conflitos. O deputado estadual Renato Simões (PT), o advogado Ariel de Castro Alves, da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil e lideranças do movimento tentaram negociar com a PM uma saída pacífica para a situação. Para se protegerem no início da manhã, crianças e mulheres grávidas foram reunidas em uma barraca no centro do acampamento. Outras mulheres fizeram um cordão humano em torno da barraca, enquanto os homens se posicionaram ao lado da cerca do terreno, na parte interna, criando um outro cordão humano. O comandante da Tropa de Choque da Polícia Militar, coronel Thomaz Alves Cangerana, disse que não negociaria com os sem-teto. "Não é o primeiro nem o último caso desses", explicou. A operação da PM conta com 50 viaturas, 500 policiais e 30 cães. Agentes da Força Tática e das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) também estão envolvidos na ação. |