O Governo brasileiro lamentou hoje a decisão dos Estados Unidos de exigir vistos aos passageiros que fizerem escala em seu território e advertiu que estuda a possibilidade de aplicar o princípio da reciprocidade, com uma medida similar. Segundo o Ministério das relações Exteriores, a exigência - anunciada na segunda-feira - pelo Governo norte-americano, justificada como uma medida de segurança, afetou diretamente tanto os passageiros brasileiros como as companhias aéreas. "O Governo brasileiro está estudando a situação tendo em conta o princípio da reciprocidade e à luz da legislação pertinente", declarou o Ministério em um comunicado. "O Governo lamenta a aplicação de tal medida aos cidadãos brasileiros, o que já provocou grandes transtornos e prejuízos para viajantes e companhias aéreas nacionais". De acordo com o comunicado, a exigência provocou o cancelamento e o adiamento de vôos, além de perdas financeiras às companhias que tiveram que buscar novos itinerários para seus passageiros. "Além disso, a solicitação de vistos de escala gerará despesas adicionais, como o pagamento de taxas cobradas pelas autoridades consulares norte-americanas", acrescenta a nota. Vários passageiros brasileiros que viajariam para outros países com escalas nos Estados Unidos, sobretudo nas cidades de Miami e Los Angeles, não puderam embarcar nos últimos dias devido à exigência dos EUA. A imposição afeta principalmente os passageiros que viajam com destino a países do Extremo Oriente e da Oceania, e a maioria dos destinos do Caribe, já que quase todas essas rotas fazem escalas em cidades norte-americanas. A medida afetou inclusive muitos dos atletas brasileiros que disputam os Jogos Pan-Americanos em Santo Domingo. Os desportistas que ainda não tinham viajado para a República Dominicana foram obrigados a mudar seus itinerários. Os que já tinham participado dos Jogos e deviam voltar ao Brasil via Miami foram beneficiados por uma decisão das autoridades dos Estados Unidos, que abriram uma exceção e concederam vistos de urgência. |