Por meses temos sofrido sob a tortura de um problema criado pelo ‘Diktat’ de Versailles. Um problema que se deteriorou até se tornar intolerável para nós.
Danzig (Gdansk) foi e é uma cidade alemã. O Corredor [Polonês] foi e é a Alemanha. Danzig nos foi tirada. O corredor foi anexado pela Polônia. Como em outros territórios alemães [fora da Alemanha], as minorias alemãs orientais têm sofrido maus tratos de maneira penosa. Tentei viabilizar, propondo revisões, uma mudança nessa posição intolerável.
É uma mentira quando o mundo exterior diz que tentamos conduzir nossas revisões apenas através da pressão. Fiz, não uma, mas diversas vezes, propostas em favor da revisão de condições intoleráveis.
Todas essas propostas foram rejeitadas... Da mesma forma que também tentei resolver o problema de Danzig, do Corredor, etc... propondo uma discussão pacífica... Formulei enfim a última proposta alemã, e devo repetir que não há nada mais modesto e leal do que essas propostas.
Essas propostas foram repudiadas. Elas foram respondidas de início não só com mobilização, mas com terror crescente contra nossos compatriotas alemães e com o lento estrangulamento da Cidade Livre de Danzig - pela economia, pela política e, em semanas recentes, por meios militares e de transporte.
Fiz mais um último esforço para aceitar uma proposta de mediação por parte do governo britânico. Eles propuseram que não deveriam conduzir as negociações, mas que, ao invés disso, Polônia e Alemanha entrassem em contato direto e buscassem mais uma vez negociar.
Aceitei essa proposta e elaborei a base para essas negociações, que vocês conhecem. Por dois dias inteiros, sentei com meu governo e esperei para ver se era conveniente para o Governo polonês enviar um plenipotenciário ou não. Ontem à noite, eles não nos enviaram um plenipotenciário, mas ao invés disso nos informaram através de seu embaixador que ainda estavam considerando se estavam em posição de aceitar as propostas britânicas e em que extensão...
Se o governo alemão e seu líder aguentassem pacientemente tal tratamento, a Alemanha mereceria apenas desaparecer do palco político. Assim sendo, decidi tarde da noite, e informei o governo britânico, que nestas circunstâncias não encontro mais nenhuma disposição por parte do governo polonês de conduzir negociações sérias conosco...
Quando estadistas no Ocidente declaram que isso afeta seus interesses, posso apenas lamentar tais declarações. Não pedimos nada desses Estados Ocidentais e nunca lhes pediremos nada. Declaro que a fronteira entre a França e a Alemanha é a última. Ofereci repetidamente amizade e cooperação à Grã-Bretanha, mas isto não pode vir de apenas um lado...
Não farei guerra contra mulheres e crianças. Ordenei minha força aérea a restringir os ataques a objetivos militares. Se, no entanto, o inimigo pensar que isso lhe dá 'carte blanche’ para lutar por outros métodos, ele receberá uma resposta que o desproverá de audição e visão.