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A inquieta Stephanie Wenk e sua visão da nova joalheria

À frente de umas das mais reconhecidas empresas brasileiras, a Sauer, a diretora criativa fala sobre inspiração e propósito

11 dez 2021 - 05h10
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Encontrar o equilíbrio entre o respeito pelo legado e pela história de uma marca e a força para fazer nascer o novo é o desafio das novas gerações no comando da área criativa das grifes tradicionais. Com a consciência de sua missão na marca de sua família, Stephanie Wenk fez essa transição parecer algo suave e bem-vindo aos olhos atentos dos clientes, gerando também desejo imediato em uma nova legião de jovens consumidoras.

O encontro entre Stephanie Wenk e a Sauer é um destes momentos emblemáticos que moldaram um novo cenário da joalheria contemporânea. Esteta nata e uma aficionada por arte, Stephanie, a frente da criação da Sauer desde 2013, tinha a seu favor uma mente inquieta, um olhar afiado e uma força de trabalho para colocar em pé a difícil tarefa. Essas características unidas ao conhecimento profundo sobre pedras e ourivesaria dos artesãos e da equipe Sauer formaram um encontro explosivo de forças complementares que recriaram a marca em pouco menos de uma década.

As criações de Stephanie traduzem seu olhar sensível para entender os desejos dos tempos atuais, bebem de diversas fontes de inspiração como espiritualidade, literatura, natureza e unem aspecto lúdico à elegância de joias inesperadas e inesquecíveis. Pense em cores, repetições hipnóticas de formas geométricas e em sutilezas que trazem irreverência ao universo das joias.

A diretora criativa cresceu cercada pelo universo Amsterdam Sauer: seu padrasto é Daniel Sauer, neto do fundador da marca, o francês Jules Sauer, e Stephanie arregala os olhos que brilham ao falar da interessante história do empreendedor. "Ele foi um homem corajoso e forte que chegou ao Brasil sozinho vindo da Alsácia, da guerra na Europa e encontrou nas pedras brasileiras sua grande paixão, andava com cristais no bolso, quando encontrava as pessoas colocava uma na testa. Era misterioso e sonhador", descreve ela sobre Jules. Desta conexão familiar nasceu a admiração pela história da marca, que teve papel protagonista na cronologia da gemologia brasileira.

Jules Sauer desembarcou no Brasil em 1939, e em 1941 fundou a Lapidação Amsterdam, que anos mais tarde viria a se tornar a Sauer. Seu trabalho com gemas trouxe ao Brasil a primeira certificação internacional de nossas esmeraldas e sua forma única de lapidação ganhou o mundo. Entre as peças destaque da história da marca uma é especial, o anel Constellation, feito a partir de formas cilíndricas com diamantes em suas terminações, a peça ganhou em 1966 o prêmio do Diamond International Awards, tido como o Oscar da alta-joalheria - um modelo icônico que até hoje continua a ser produzido e reinventado.

TEMPO CERTO. A chegada de Wenk à Sauer começou aos poucos e, como ela conta, "eu tinha vontade de participar da empresa, de contribuir, mas tive de esperar o tempo certo, minha maturidade profissional para entender como poderia realmente agregar". Sua entrada aconteceu com a coleção criada a quatro mãos com a modelo e ícone de estilo Bianca Brandolini. "Tínhamos um interesse mútuo por joias e tivemos uma troca muito interessante e natural. Uni esta paixão e propus uma coleção inspirada nela", conta Stephanie, que viu em Bianca uma personificação da nova mulher Sauer.

O sucesso estrondoso desse trabalho foi determinante para que Stephanie se unisse de uma forma muito natural ao time, a imagem da Sauer se mesclou à sua e a construção deste novo momento encantou - e segue encantando - apaixonados por joias mundo afora, "sempre que crio uma peça não estou mirando na venda, meu propósito é fazer algo relevante que se conecte com o desejo das mulheres, que conte uma história. São 'conversation pieces', peças com narrativas próprias que criam vínculos emocionais com quem as carrega. Uma joia é um objeto que nos acompanha e reflete quem somos", fala a diretora, sobre seu processo.

A conexão emocional com as joias fica clara no trabalho e no envolvimento meticuloso de Stephanie, que criou uma ponte entre a paixão de Jules por pedras e a sua por design. A mágica talvez aconteça pela naturalidade com que Stephanie transita por essa ponte unindo passado, presente e futuro, embalando pedras em design, ora usando técnicas ancestrais ora utilizando a mais moderna tecnologia para tornar possíveis seus sonhos em forma de joias. l

Estadão
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